São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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PAINEL

Jogo de duplas
O tucano Tasso Jereissati joga afinado com o petista Antonio Palocci ao combater o texto atual do projeto das Parcerias Público-Privadas, em tramitação no Senado. Aldo Rebelo se aliou à dupla. Em divisão recorrente, do outro lado estão José Dirceu e Guido Mantega.

Onde pega
O nó do PPP é o conselho que decidirá os investimentos, integrado pelos ministros da Fazenda, Planejamento e Casa Civil. O primeiro defende que as decisões sejam tomadas por unanimidade, como blindagem contra favorecimentos. O projeto prevê decisões por maioria.

Pior a emenda
No Planalto, já existe quem fale em "ajustar" a Lei de Responsabilidade Fiscal ao projeto das Parcerias Público-Privadas. Eventual gesto nesse sentido poderá resultar em encrenca maior que a atual com os tucanos, cuja maior crítica é justamente a de que o projeto desrespeita a LRF.

Baixo aproveitamento
Balanço do esforço concentrado do Congresso: o governo conseguiu aprovar apenas o consensual, caso da reforma do Judiciário e da Lei de Falências. O que é polêmico, como o PPP e os projetos das leis de biossegurança e das agências reguladoras, permanece empacado.

Turnê caribenha
Em princípio, Lula deve seguir para o Haiti em meados de agosto. A idéia é permitir que, além de assistir ao amistoso da seleção brasileira, o presidente aproveite a viagem para participar da posse do colega da República Dominicana e de reunião de países centro-americanos.

Papo sério 1
Foi pesada a negociação de Eunício Oliveira com as operadoras de telefonia para dividir em duas parcelas o aumento autorizado pela Justiça. As empresas disseram que já haviam perdido R$ 1 bilhão. O ministro respondeu que elas não estavam ali para ganhar, mas para perder.

Papo sério 2
Sem caneta para retaliar as operadoras, Eunício disse que não faria "marola" defendendo a quebra de contratos, mas lembrou que eles terão de ser renovados em 2005. Aí, a conversa poderia ser diferente. Nem Palocci acreditava que daria certo.

Fora dessa 1
Os entendidos em PSDB recomendam não incluir Geraldo Alckmin entre os tucanos insatisfeitos com a escolha de Gilberto Kassab, o pefelista de meteórica variação patrimonial, para vice na chapa de José Serra.

Fora dessa 2
De um correligionário, sobre o movimento do governador: "Ele fez com Serra o que o Zé Dirceu não conseguiu com a Marta, amarrá-lo na prefeitura até 2008 em caso de vitória". De quebra, ficou bem com o PFL para 2006.

Estranho no ninho
Entre os quatro animais que ilustram o anúncio do programa "Turma do Zôo", do zoológico de São Paulo, chama a atenção um tucano. Não preto, como os de verdade, mas azul, igualzinho à ave-símbolo do PSDB de Geraldo Alckmin.

Visitas à Folha
Pedro Nuñez Mosquera, embaixador de Cuba, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos Trejo Sosa, cônsul-geral em São Paulo, e de Juan Gomez, vice-cônsul.
 
Braz Agostinho Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de José Carlos Pedreira de Freitas, diretor da Hecta Desenvolvimento Empresarial nos Agronegócios, de Rosangela Ribeiro, diretora da Printer Press Assessoria de Comunicação, e de Adriana Silvestrini, assessora de comunicação.

TIROTEIO

Do deputado federal tucano Alberto Goldman sobre declaração de Marta Suplicy (PT), que, para resolver o problema da dívida paulistana, pretende sentar-se "com meu querido Lula para repactuar":
-Está faltando cadeira no Planalto? Ela devia sentar-se hoje e tentar amenizar a crise, em vez de deixar a bomba estourar no colo do próximo prefeito.

CONTRAPONTO

Candidato invisível

Na eleição municipal de 1996, o deputado estadual Vaz de Lima, líder do PSDB na Assembléia paulista, recebeu pedido de ajuda de um candidato do partido no interior do Estado.
O tucano deslocou-se até o município de Oleo, na região de Avaré, para participar de um evento de campanha. Sempre ao lado do candidato, não gastou três horas para percorrer toda a cidade, que tinha à época menos de 3.000 habitantes.
Encerrada a caminhada, Vaz de Lima fez duro diagnóstico:
-Olha, desse jeito você vai perder a eleição. Não vi seu nome em nenhuma casa, em nenhuma loja, em nenhum poste!
O correligionário se explicou:
-Fique tranqüilo, desenvolvi a teoria do voto escondido. Eu não mostro quem vai votar em mim e ainda fico sabendo quem vai votar nos outros. Aí, vou até eles e os convenço a mudar.
O tucano terminou eleito.


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