São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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Humberto Costa rejeita reeleição e defende mandato de cinco anos

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-ministro da Saúde e agora Secretário de Comunicação do PT, Humberto Costa, defendeu ontem em entrevista à Folha o fim da reeleição.
Ele é o segundo ex-ministro a defender o fim da reeleição. O senador Cristovam Buarque (PT-DF), que ocupou a Educação no primeiro ano do governo Lula, também sugeriu que fosse encaminhada proposta ao Congresso sobre o assunto. Setores da oposição e do governo vêm conversando sobre a questão diante do agravamento da crise política. Leia a seguir trechos da entrevista.

 

Folha - Haverá tempo até a eleição do PT, em setembro, de tentar resgatar a imagem do partido diante da crise?
Humberto Costa -
Precisamos conduzir o partido até a eleição, que será um momento de renovação. Do ponto de vista imediato, a população quer ação do PT no sentido de explicar de forma transparente e apurar as denúncias. Acho possível resgatar a imagem do partido. Talvez não dê para concluir, mas avançará. O partido está sangrando.

Folha - Onde o PT errou?
Costa -
Não tenho condição de fazer pré-julgamento. Teremos em breve um diagnóstico.

Folha - A reforma ministerial para incluir o PMDB veio em um momento acertado?
Costa -
Ela veio para fazer algo extremamente necessário para nós e nosso governo, que é a garantia de sustentabilidade.

Folha - Mas o apoio no Congresso não mudou.
Costa -
Eles [ministros do PMDB] poderão fazer a interlocução com os governadores e com o segmento de oposição no PMDB.

Folha - O sr. acha viável acabar com a reeleição?
Costa -
Nunca deveria ter sido criada. Sou radicalmente contra a reeleição. Acho que o ideal era mandato de um ano a mais [cinco anos no total] sem direito à reeleição. Por conta da reeleição, todo mundo que entra no governo já é candidato desde o primeiro dia. Então vai enfrentar oposição sistemática, dura, porque o tempo todo está antecipando o debate eleitoral que vai acontecer anos depois. O próprio governo ou governante passa a cobrar resultados que viabilizem a reeleição.


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