São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ ANO BRASILEIRO

Ex-assessor especial do presidente diz que "há tensões no governo para que haja mudanças" mas que votaria no petista em 2006

Na França, Frei Betto critica o amigo Lula

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Seu Jorge, Dig Bil (Ilê Aiyê), Jorge Ben Jor, Gal Costa, Lenine, Gilberto Gil e Jorge Mautner ensaiam hino para show hoje na França


SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Amigo e ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Betto criticou o governo e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e viu ponto positivo "no período de denúncia generalizada de corrupção" em entrevista a um site francês de divulgação do Ano do Brasil na França.
Ele disse que "o governo é mais sensível à lógica do mercado do que à elaboração de um projeto nacional" e que "adota uma política ortodoxa neoliberal, de continuidade do governo anterior".
As afirmações foram feitas ao "Autres Brésils" (Outros Brasis): www.autresbresils.net. Frei Betto, frade dominicano e escritor, foi convidado a participar de debate sobre direitos humanos e os desafios do governo Lula no plano social, ocorrido no último domingo na capital francesa.
Ao comentar a nomeação da ministra Dilma Rousseff para a Casa Civil, ele elogiou sua "sensibilidade às questões de política social" e disse que "há grandes tensões dentro do governo para que haja mudanças".
O dominicano afirmou que "quem tem de decidir as orientações [do governo federal] é Lula, não a ortodoxia neoliberal do ministro Antonio Palocci".
A atual política econômica "não permite a redução das desigualdades", segundo o religioso.
As denúncias de corrupção na administração federal, para Frei Betto, levarão "as instituições democráticas, sobretudo o poder legislativo, a averiguar com rigor, apesar da irresponsabilidade dos que denunciam a esmo".
O religioso afirmou que deixou o governo porque queria "reencontrar a liberdade de pensar". "Eu desaprovava a política econômica e compartilhava as críticas que a denunciavam, sem poder exprimir isso publicamente. Preferi voltar à "vida civil"."
Frei Betto disse também que "apesar dos limites de seu governo", votaria em Lula para a Presidência em 2006. "Penso que o Brasil é melhor com ele do que sem ele."


Texto Anterior: Humberto Costa rejeita reeleição e defende mandato de cinco anos
Próximo Texto: Lula manca e coloca a culpa no Corinthians
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.