São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005 |
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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ ANO BRASILEIRO Ex-assessor especial do presidente diz que "há tensões no governo para que haja mudanças" mas que votaria no petista em 2006 Na França, Frei Betto critica o amigo Lula
SILVANA ARANTES DA REPORTAGEM LOCAL Amigo e ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Betto criticou o governo e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e viu ponto positivo "no período de denúncia generalizada de corrupção" em entrevista a um site francês de divulgação do Ano do Brasil na França. Ele disse que "o governo é mais sensível à lógica do mercado do que à elaboração de um projeto nacional" e que "adota uma política ortodoxa neoliberal, de continuidade do governo anterior". As afirmações foram feitas ao "Autres Brésils" (Outros Brasis): www.autresbresils.net. Frei Betto, frade dominicano e escritor, foi convidado a participar de debate sobre direitos humanos e os desafios do governo Lula no plano social, ocorrido no último domingo na capital francesa. Ao comentar a nomeação da ministra Dilma Rousseff para a Casa Civil, ele elogiou sua "sensibilidade às questões de política social" e disse que "há grandes tensões dentro do governo para que haja mudanças". O dominicano afirmou que "quem tem de decidir as orientações [do governo federal] é Lula, não a ortodoxia neoliberal do ministro Antonio Palocci". A atual política econômica "não permite a redução das desigualdades", segundo o religioso. As denúncias de corrupção na administração federal, para Frei Betto, levarão "as instituições democráticas, sobretudo o poder legislativo, a averiguar com rigor, apesar da irresponsabilidade dos que denunciam a esmo". O religioso afirmou que deixou o governo porque queria "reencontrar a liberdade de pensar". "Eu desaprovava a política econômica e compartilhava as críticas que a denunciavam, sem poder exprimir isso publicamente. Preferi voltar à "vida civil"." Frei Betto disse também que "apesar dos limites de seu governo", votaria em Lula para a Presidência em 2006. "Penso que o Brasil é melhor com ele do que sem ele." Texto Anterior: Humberto Costa rejeita reeleição e defende mandato de cinco anos Próximo Texto: Lula manca e coloca a culpa no Corinthians Índice |
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