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Deputado acusa PF de ser arbitrária e afirma que problema não é do PFL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Excluído do PFL, o deputado
João Batista Ramos (SP), 62, usou
ontem a tribuna da Câmara para
acusar a Polícia Federal de ser "arbitrária" e afirmar não entender
porque o PFL "trouxe para si um
problema que não é seu".
O deputado disse que não teve
oportunidade de defesa "conforme se tem anunciado", não recebeu nenhum comunicado oficial
e que o único contato foi feito pelo
vice-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A direção do PFL afirma que o deputado foi contatado.
"Acato a decisão, mas não a entendo. Respeito, mas não vejo
sentido nela. Estou apresentando
provas incontestáveis que a ação
da Polícia Federal foi arbitrária.
Não tenho nada a esconder", disse. Ainda no pronunciamento,
afirmou que pretendia esclarecer
"o que foi explorado de forma
sensacionalista pela imprensa e
de forma arbitrária pela PF".
Afirmando ainda não conseguir
"chamar o PFL de ex-partido",
disse que nunca teve problemas
com o partido nem desrespeitou
nenhuma orientação da bancada.
Também defendeu a Igreja Universal, dizendo que ela foi responsável para que ele "encontrasse
um caminho" quando era alcoólatra e pensava em suicídio.
Ele argumentou não ter cometido nenhum crime ao transportar
R$ 10,2 milhões em notas, porque
o montante era referente a dízimo
de fiéis e "não pertence ao cidadão João Batista, nem ao bispo
João Batista e, muito menos, ao
deputado João Batista".
"Não se tratava de dinheiro ilegal, posto que sua origem e destino eram conhecidos, e que não há
lei que proíba ou limite a valor determinado de moeda nacional em
território nacional", disse Ramos,
que classificou o grande volume
de cédulas como "uma doação excepcional devido às comemorações de 28 anos da Universal".
A PF apreendeu o dinheiro alegando que as explicações do deputado sobre a origem do dinheiro eram "insuficientes".
No discurso, o deputado disse
ainda que abriu mão do seu tempo que poderia ser destinado ao
lazer para prestar um serviço à
igreja. "Poderia gastar meu tempo no domingo e na segunda-feira em lazer com minha esposa e
meus netos, mas não. Por absoluta fidelidade e convicção de fé,
porque acredito no trabalho da
Igreja Universal, fiz questão de
trazer para mim, na qualidade de
presidente da igreja, a responsabilidade de acompanhar o transporte dos recursos arrecadados."
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