DA SUCURSAL DO RIO

Um culto na tarde de ontem na sede mundial da Igreja Universal do Reino Deus, em Del Castilho (zona norte do Rio), virou ato contrário à apreensão, na segunda-feira, de malas de dinheiro com o deputado federal e bispo da igreja João Batista Ramos da Silva.
Logo depois da cobrança do dízimo dos fiéis, o pastor que comandava a cerimônia passou a falar sobre o assunto e classificou a apreensão como um "desrespeito" à Universal e aos seus seguidores: "Tudo de bom que fazemos incomoda o diabo".
Durante a pregação, ele convocou os fiéis a assistirem ao programa "Fala que eu te escuto", na TV Record que, segundo ele, traria todas as informações possíveis sobre o caso.
"Todas as gracinhas que eles [a imprensa e a polícia] falaram sobre a gente vamos explicar no programa. Nossos fiéis não podem ser desrespeitados."
O pastor reiterou no culto que o dinheiro recolhido pela Polícia Federal era proveniente dos dízimos e serviria para pagar as despesas da igreja. Ao final da pregação, foi aplaudido pela platéia e ainda atacou os jornalistas.
Ontem cedo, o fotógrafo de uma equipe de reportagem do jornal "O Fluminense" que foi ao templo da Universal teve a máquina recolhida pelo pastor Vinícius de Carvalho. A confusão terminou na delegacia. O fotógrafo afirmou que a máquina fotográfica sofreu danos. O pastor disse que apenas pediu ao fotógrafo que lhe entregasse a máquina, pois o jornal não tinha autorização para fazer fotos na igreja.
(MÁRIO HUGO MONKEN)


Texto Anterior: Benção divina: PFL expulsa deputado das malas de dinheiro
Próximo Texto: Deputado acusa PF de ser arbitrária e afirma que problema não é do PFL
Índice