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DIPLOMACIA
Resolução para Conselho de Segurança foi feita pelo G4, do qual Brasil faz parte
EUA são contra reforma da ONU
PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK
Um dia após o Brasil e seus aliados terem apresentado sua proposta final de reforma do Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos foram ao plenário
das Nações Unidas dizer que são
contra a resolução, em um dos
mais duros golpes até agora nas
pretensões do chamado G4.
Formado por Brasil, Alemanha,
Índia e Japão, o G4 planeja votar
até o fim deste mês -e talvez nos
próximos dias- a resolução que
aumenta o número de membros
permanentes do Conselho de cinco para 11 e o de não-permanentes de dez para 14.
"Eu apelo a todos os países que
considerem com muito cuidado a
resolução apresentada a nós e façam a pergunta fundamental: essa
resolução ajuda a fortalecer as Nações Unidas?", disse Shirin Tahir-Kheli, assessora da secretária de
Estado dos EUA, Condoleezza Rice, para a reforma da ONU. "Nós
acreditamos que não. E encorajamos vocês, portanto, a se opor a
essa resolução", completou.
Ela não falou, pelo menos não
abertamente, em vetar a resolução, caso o texto venha mesmo a
ser aprovado. Até agora, os EUA,
principais financiadores da ONU,
não tinham se pronunciado abertamente sobre o projeto de reforma do CS. O foco dos norte-americanos tinha sido principalmente
em melhorias administrativas das
Nações Unidas.
Para que seja aprovada, a resolução apresentada pelo G4 precisa
dos votos favoráveis de 128 dos
191 países que integram a Assembléia Geral da ONU. O embaixador do Brasil para as Nações Unidas, Ronaldo Sardenberg, disse
em outras ocasiões estar confiante de ter os votos necessários.
A oposição ao projeto, que inclui Paquistão, Argentina, China e
Itália, entre outros países, segue
firme contra a votação, mesmo
depois de o G4 já ter aberto mão
do direito de veto para os futuros
membros permanentes, ao menos pelos próximos 15 anos.
Em razão dos discursos cada
vez mais duros de ambos os lados,
o secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, pediu aos países que "se
acalmem". Annan é favorável à
reforma do CS, órgão que ficou
extremamente desgastado depois
de os EUA terem decidido ignorá-lo e lançarem a Guerra do Iraque
mesmo sem sua aprovação.
A discussão sobre a reforma se
arrasta há 12 anos. Se não for
aprovada agora, antes de uma
megaconferência dos 60 anos em
setembro, dificilmente será num
futuro próximo, diz Sardenberg.
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