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Propostas de Lula para segurança não estão definidas
MALU DELGADO
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O programa de governo do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para a área de segurança
pública não está concluído e
ainda não há um discurso uniforme no PT sobre quais seriam as ações emergenciais em
2007 para resolver problemas
do sistema prisional brasileiro.
Com base nas diretrizes do
programa, divulgadas pelo presidente nacional do PT e coordenador-geral da campanha,
Ricardo Berzoini, e pelo coordenador do programa de governo, Marco Aurélio Garcia, conclui-se que Lula vai retrucar o
candidato do PSDB, Geraldo
Alckmin, ao afirmar que o assunto é de responsabilidade
dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Alckmin insiste que Lula tenta transferir a responsabilidade
da crise apenas para os Estados.
"Não enfrentaremos isso sem
uma articulação infra-institucional. O jogo de vaidades e a
hipnose eleitoral prejudicam
esse pacto", afirmou o senador
Tião Viana (PT-AC).
As diretrizes petistas foram
divulgadas logo após a primeira
onda de ataques do PCC em São
Paulo. Uma das propostas é o
trabalho de prevenção, que
ocorreria com a integração e
"disseminação de informações,
de serviços de inteligência policial e/ou penitenciária". Na outra ponta, o partido apóia a aplicação de penas alternativas.
O texto não faz menção à situação dramática nas penitenciárias, nem cita soluções imediatas para a superlotação no
sistema prisional. Membros do
PT defendem que o programa
de governo deixe claro que o
partido não defende a linha dura aplicada por Alckmin em São
Paulo. O PT tende a pregar a
observância à Lei de Execuções
Penais aliada ao respeito aos direitos humanos. O partido tem
ligações históricas com a Pastoral Carcerária, ligada à CNBB.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara e a Pastoral
entregaram nesta semana ao
Ministério da Justiça um relatório com o diagnóstico do sistema prisional em 17 Estados,
com propostas emergenciais.
Entre as diretrizes para o
programa de governo de Lula
são apontadas as seguintes
ações: valorização dos profissionais de segurança pública;
gestão integrada das polícias;
integração de serviços de inteligência; consolidação da integração dos Sistemas de Informações Criminais (estatísticas
e/ou cadastrais), com a inclusão, por exemplo, de bancos de
dados sobre impressões digitais e armas de fogo.
Para Lula, o maior trunfo de
seu governo na área de segurança são as operações e modernização da Polícia Federal.
O presidente vai assumir o
compromisso de intensificar a
construção de presídios de segurança máxima e de dividir os
presos conforme a gravidade
dos delitos.
No programa, entretanto,
não há menção sobre quanto o
governo pretende gastar para
colocar as idéias em prática.
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