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Altos valores exigiam aprovação da diretoria
DA SUCURSAL DO RIO
Ex-diretores da Petrobras
consultados pela Folha dizem
que os serviços de reparo em
plataformas alvo de denúncia
do Ministério Público Federal
foram provavelmente aprovados pela diretoria de Exploração e Produção da companhia,
cujo titular é o geólogo Guilherme Estrella.
A avaliação foi feita com base
no valor da licitação para modernização da plataforma P-14
que consta na denúncia dos
procuradores (R$ 88 milhões).
Indagada sobre os limites de
aprovação de serviços que
competem a cada nível hierárquico, a Petrobras informou
que não pode divulgar esse dado, pois "interfere nos interesses comerciais da companhia".
Dependendo do valor do serviço, é necessária a aprovação
da diretoria responsável ou até
mesmo da diretoria colegiada
-presidida por José Sérgio Gabrielli- em obras ou contrações de maior monta, como investimentos em novas plataformas ou gasodutos. Mas
obras de menor valor podem
ter o aval de gerentes.
Segundo a Petrobras, os valores das licitações sob investigação são R$ 19,3 milhões para
a P-10, R$ 31,7 milhões para a
P-14 (valor diferente do apresentado pelo Ministério Público) e R$ 9,7 milhões no caso da
P-22. Não há contrato relativo
à P-16, diz a empresa, contrariando dados da denúncia.
Segundo os ex-diretores, o
fato de um diretor autorizar a
contratação não significa que
ele esteja envolvido num suposto esquema fraudulento.
São necessários outros indícios, ainda que ele tenha responsabilidade pelos atos de
seus subordinados.
Segundo a Petrobras, as comissões de licitação podem
também ser instituídas pelos
gerentes da área envolvida no
serviço. Elas são responsáveis
pela licitação.
Comissões
Na Petrobras, o trabalho das
comissões é norteado pelo decreto 2.745, de 1998, e não pela
lei geral que rege as licitações
do serviços públicos (8.666).
A empresa ganhou a prerrogativa na fase de abertura do
mercado e fim do monopólio
estatal da exploração de petróleo, com o objetivo de poder
competir com concorrentes.
No caso das licitações investigadas, todas foram solicitadas
pela gerência de serviços e sondagens submersíveis. A unidade é ligada à diretoria de Exploração e Produção, de Estrella.
A Folha tentou, sem sucesso,
uma entrevista com o executivo. A reportagem pediu ainda à
assessoria de imprensa uma
entrevista com o presidente da
companhia, José Sérgio Gabrielli, para falar do mesmo assunto, mas o pedido não foi
atendido.
(PEDRO SOARES)
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