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Oposição quer secretária demitida da Receita em CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição decidiu convocar
a secretária da Receita, Lina
Vieira, para depor na CPI da
Petrobras. O ministro Guido
Mantega (Fazenda) a demitiu
na última quinta-feira, por, entre outros motivos, travar disputa com a Petrobras em torno
da forma de recolhimento de
impostos pela estatal e deve
deixar o governo nesta semana.
A demissão ainda não foi publicada no "Diário Oficial".
A manobra contábil da Petrobras que permitiu à empresa
compensar R$ 4,3 bilhões em
impostos devidos em 2008 é
um dos objetos da CPI e está
sob fiscalização da Receita.
"Ela terá na CPI a possibilidade de explicar seu inconformismo com a manobra fiscal da
Petrobras", afirmou o senador
Alvaro Dias (PSDB-PR), que
promete apresentar na terça-feira um requerimento para a
convocação dela.
Segundo o senador ACM Jr.
(DEM-BA), a saída de Lina indica que a manobra contábil da
Petrobras pode não ter sido legal. "É previsível que isso aconteça [a convocação de Lina
Vieira], até porque um dos objetos de criação da CPI é a questão da Receita", minimizou
Delcídio Amaral (PT-MS).
A oposição promete ainda investigar na CPI a Fundação
Sarney que, segundo o jornal
"O Estado de S. Paulo", desviou,
pelo menos, R$ 500 mil de recursos que recebeu da Petrobras para empresas fantasmas
e da família do senador. A intenção é pedir a quebra do sigilo bancário da fundação. O repasse de recursos da empresa
para fundações também fundamentou a criação da CPI.
A CPI deve ser instalada
amanhã, o que não significa que
começará a funcionar. Isso porque os partidos aliados ao governo não garantem para o
mesmo dia a eleição do presidente e do relator da comissão.
O argumento é que a oposição não poderá recorrer ao STF
(Supremo Tribunal Federal)
para obrigar a eleição como
ameaçou fazer para garantir a
instalação. "Instalar a CPI é
uma coisa, eleger o presidente e
o relator é outra. Aí precisa de
maioria e o Supremo não pode
mandar a maioria deliberar",
disse o líder do PMDB, senador
Renan Calheiros (AL).
O governo tem maioria de
votos na comissão, o que lhe garante indicar o presidente, o relator, além de impedir a aprovação dos requerimentos propostos pela oposição.
Para obrigar o governo a, pelo menos, eleger o presidente e
o relator da CPI, a oposição
ameaça impedir a aprovação da
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), sem a qual o Congresso não entra em recesso a
partir do dia 18.
(ANDREZA MATAIS e FÁBIO ZANINI)
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