|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
outro lado
Empresas doadoras negam ter cometido irregularidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresas que respondem a
representações no Tribunal
Regional Eleitoral sob suspeita
de terem feito doações eleitorais além do limite legal em
2006 negaram, por meio de notas ou entrevistas, ter cometido
as irregularidades apontadas
pela Procuradoria Eleitoral.
O Bradesco, que incorporou
o Banco Mercantil de São Paulo, afirmou que "contribui para
os partidos políticos observando todos os aspectos legais. Os
esclarecimentos dessa representação [da Procuradoria] foram feitos pelo banco ao TRE".
A reportagem pediu detalhes
ou cópia desses esclarecimentos, mas foi informada pela assessoria de imprensa do banco
que eles não seriam fornecidos.
A assessoria da Embraer
(Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.) informou que
"entende que a análise [da Procuradoria] partiu de uma premissa equivocada dos dados do
doador" e que "esclarecimento
sobre o assunto já foi encaminhado ao TRE". A empresa não
respondeu ao pedido de envio
desses esclarecimentos.
A empresa Consulvix Engenharia afirmou, em nota: "As
acusações não procedem e os
esclarecimentos necessários já
foram feitos dentro do prazo
legal. Todas as doações feitas
foram declaradas e estão em
conformidade com os preceitos legais". A Folha solicitou
tais esclarecimentos, mas a
resposta foi: "Não cabe à empresa entregar informações para terceiros, além do TRE-SP".
O assessor jurídico da NTC
(Associação Nacional do
Transporte de Cargas e Logística), Marcos Aurélio Ribeiro,
declarou que a entidade registrou faturamento bruto de R$ 5
milhões em 2005, o que projeta
um limite de R$ 100 mil (2%
previstos na lei). A NTC doou
R$ 215 mil em 2006. Contudo,
Ribeiro disse que o limite foi
respeitado em cada Estado.
Em nota, a Heber Participações afirmou que a representação contra ela é improcedente,
porque "auferiu receitas no
ano de 2005 que garantem a legalidade do montante doado".
"Considerando ainda que a
Heber é a holding controladora
do Grupo Bertin, as receitas totais do grupo poderiam ser utilizadas como base de cálculo
para garantir a legalidade das
doações, caso a Heber não tivesse auferido qualquer montante de receitas, como já demonstrou o TRE em caso similar", segundo a nota da Heber.
O advogado da VR3 Participações, Rafael França, disse
que a empresa "é uma sociedade holding, cuja atividade econômica é a gestão de participações em outras empresas. No
exercício desta atividade, a receita da VR3- que corresponde aos resultados das empresas
em que detém participação
acionária- foi mais do que suficiente para suportar a doação
efetuada, respeitado o limite".
Vitorino Antunes, advogado
da AIB (Associação Imobiliária
Brasileira), afirmou que a entidade "é uma pessoa jurídica
não econômica, portanto não
tem faturamento. O comportamento dela foi absolutamente
legal". Para Antunes, a legislação é "omissa" em relação aos
limites de doações de entidades que não possuem faturamento, como a AIB, e por isso a
associação não deve ser punida
pela Justiça Eleitoral.
A Folha procurou a assessoria de imprensa do grupo Safra
para obter os esclarecimentos
das empresas Arainvest Participações S.A. e Finasec Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, que são ligadas ao grupo. A reportagem
manteve contatos telefônicos e
enviou e-mails para a assessoria de imprensa do Safra desde
a quinta-feira retrasada, mas
não obteve respostas.
Procurados pela reportagem,
os representantes das empresas Nova Fase Consultores Associados, Companhia Brasileira de Comércio Exterior e Interconnetcon Comercial Ltda.
não foram localizados.
A reportagem esteve na sede
da Nova Fase e da Companhia,
deixou recados, mas não houve
resposta a um pedido de entrevistas. Na sede da Interconnecton, na rua Paraguay, em Itaparecerica da Serra (SP), a informação obtida é que a empresa
mudou de endereço -a nova
localização não foi fornecida.
Texto Anterior: Doação ilegal pode gerar multa milionária Próximo Texto: Análise: Não há fórmula para controlar a democracia Índice
|