São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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Presidente do banco diz que ato foi político

DA FOLHA ONLINE

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, disse ontem que a ordem de apreender documentos na sede da instituição teve origem política. Autorizada pela 10ª Vara da Justiça Federal, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão sede do banco.
"Sinto que existe uma motivação política. Estamos em período pré-eleitoral", disse Mattoso, em São Paulo.
Ele não disse, entretanto, os nomes dos interessados em usar essas informações para fins políticos. "Não conheço a orientação política dos procuradores. Por isso não posso dizer quem seriam os interessados [em usar as informações para fins políticos]", afirmou Mattoso.
A operação da Polícia Federal foi comandada pelo delegado Antonio Cesar Nunes, que preside o inquérito que apura o envolvimento do ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz com a multinacional Gtech, responsável pelo processamento de dados das loterias da Caixa.
Segundo Mattoso, os policias pediram documentos sobre a entrada e saída de pessoas na sede da Caixa, num determinado período do ano. Também pediram a agenda detalhada do presidente e dos vice-presidentes do banco. Essa agenda contém informações sobre os encontros ocorridos em abril de 2003, quando foi renovado o contrato entre a Caixa e a Gtech, que presta serviços de informática para as loterias.
"A Caixa não tem problema em ceder esses documentos. O banco sempre que solicitado cedeu essas informações", disse.
Mattoso afirmou ainda que essa apreensão já foi tentada antes. "O que estão fazendo agora já foi feito, só que de forma ilegal. Essa apreensão agora está sendo feito de forma legal."
Ele disse que já conversou com o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, sobre o caso. "Se houver medida judicial cabível, nós vamos tomá-la."
(FABIANA FUTEMA)


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