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BICO AFIADO
Tucano discute e aponta dedo para petistas durante sessão no Senado
Tasso vê uso de "técnica fascista"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores da oposição acusaram o governo de escalada autoritária devido a propostas como
a criação do Conselho Federal
de Jornalismo, o acesso direto
de órgãos federais a sigilos fiscais sob a guarda da Receita, e
ao decreto que impede servidores de darem informações à imprensa. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que os petistas estão usando "técnicas
fascistas".
Os senadores também cobraram um comportamento ético
do governo, insuflados por um
discurso do senador Aloizio
Mercadante (PT-SP), que acusou a oposição de prejudicar o
país ao não votar o projeto das
PPPs (Parcerias Público-Privadas), que tem o objetivo de
atrair investimentos para obras
de infra-estrutura.
"Isso é uma técnica fascista, ficar repetindo um discurso até
ele parecer verdade. Não argumentam quanto ao principal, à
essência", rebateu Tasso, um
dos críticos do projeto.
Para a oposição, o texto da
PPP facilita a corrupção por ser
subjetivo nos critérios de escolha das empreiteiras que realizariam as obras. O projeto desrespeitaria a Lei de Licitações e a
Lei de Responsabilidade Fiscal.
"Do jeito que está é roubalheira, é para o Delúbio [Soares, tesoureiro do PT] deitar e rolar",
disse Tasso, em um rompante,
com o dedo em riste para o senador Tião Viana (PT-AC).
Procurado pela Folha, Delúbio não foi localizado até o fechamento desta edição.
O ministro Guido Mantega
(Planejamento) acusou a oposição ao governo de "criar um
bloqueio político" às PPPs. Segundo Mantega, as resistências
ao projeto já não são técnicas,
como afirma Tasso. "Estamos
dispostos a negociar, a reforçar
determinados artigos e a eliminar preocupações", disse.
Tasso, que também partiu
com dedo em riste na direção de
Mercadante e teve que ser contido por Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse que "o PT
se comporta como se quem está
contra ele está contra o país".
Em discurso no plenário, Tasso sustentou as acusações de
fascismo contra o governo. "Veja a seqüência: impor censura
aos jornalistas, criação da Ancinav, regulamentar a quebra de
sigilo fiscal, impedir que funcionários públicos falem com a imprensa, e agora dois deputados
do PT dizem que estão usando a
CPI [do Banestado] para retaliar
a oposição", afirmou.
"Percebe-se nos meios jornalísticos, políticos e culturais a
preocupação com o ranço autoritário de setores desse governo.
Os sinais são vários e evidentes:
a Ancinav tentando regular as
atividades culturais, o envio do
projeto de criação do Conselho
Federal de Jornalismo, que é
uma tentativa mal disfarçada de
cercear a liberdade de imprensa", disse o líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM).
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