São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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O PUBLICITÁRIO

"Sem condições físicas", Valério não depõe à PF

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O publicitário Marcos Valério de Souza não foi ontem prestar depoimento na Polícia Federal em Belo Horizonte. Em seu lugar, chegou à PF um fax do seu advogado, Marcelo Leonardo, dizendo que, pelo fato de Valério ter feito viagens cansativas e prestado longos depoimentos em Brasília nesta semana, ele está "sem condições físicas e psicológicas de prestar depoimento de forma útil".
O depoimento passou para terça-feira. Valério iria depor em dois inquéritos. Um deles sobre o empréstimo que fez, em 1998, em nome da DNA Propaganda, uma das agências em que é sócio, dando como garantia as contas de publicidade que a SMPB tinha no governo mineiro.
O empréstimo, cujo valor inicial é de R$ 8,35 milhões, foi usado para financiamento paralelo da campanha pela reeleição do então governador Eduardo Azeredo. Hoje senador e presidente nacional do PSDB, Azeredo nega que soubesse do negócio e responsabiliza pelo caixa dois o tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão.
Em depoimento à CPI dos Correios nesta semana, Valério disse que Azeredo sabia do empréstimo e da dívida que ficara, já que o avisou pessoalmente.
A PF investiga as condições em que o empréstimo foi liquidado. Valério, que afirma ter "tomado o cano", envolveu na idealização do empréstimo o então candidato a vice de Azeredo e seu ex-sócio na SMPB, Clésio Andrade (PL), atual vice-governador de Minas.
O outro inquérito diz respeito a suposto crime contra o sistema financeiro, em 1996, que envolve Clésio Andrade e a SMPB.
A denúncia diz que eles teriam dado como pagamento de uma dívida de R$ 1,8 milhão com o então banco estatal Credireal uma fazenda que valia R$ 340 mil. A fazenda entrou no negócio valendo R$ 2,4 milhões.
Vários diretores do banco também foram denunciados. Todos negam irregularidades. (PP E JM)


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