São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Candidatos fogem de temas polêmicos

Apenas o candidato tucano a presidente, Geraldo Alckmin, respondeu a todas as questões feitas na pesquisa Datafolha

Lula, Alckmin e Heloísa são contra reduzir a maioridade penal; tucano se diz contra a pena de morte e a liberação do aborto e da maconha

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os três principais candidatos à Presidência -Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena (PSOL)- foram consultados sobre os polêmicos temas abordados na pesquisa Datafolha, mas apenas o tucano respondeu a todas as perguntas.
A Folha enviou dois questionários para os candidatos, sem informá-los da pesquisa de intenção de votos, em datas distintas. Um questionário tratava apenas da maioridade penal. O outro abrangia os temas restantes: maconha, aborto e pena de morte, não respondidos pelo presidente nem pela senadora.
Lula, em resposta assinada pela comissão de Programa de Governo, se declarou contrário à redução da maioridade. "Tais propostas advêm da cultura do medo diante da violência urbana e da crise da segurança pública e são baseadas em argumentos distorcidos."
Assim também disseram pensar o tucano e a candidata do PSOL. "A defesa da redução da idade penal é um ataque frontal à premissa em que se baseia o Estatuto da Criança e do Adolescente", diz Heloísa.
Apesar disso, o Datafolha revela que a maioria (84%) da população brasileira é favorável que seja reduzida de 18 para 16 anos a maioridade penal.
Alckmin está com a maioria em dois dos quatro temas respondidos por ele. É contrário à descriminalização da maconha e, ainda, à mudança na lei do do aborto. "Acho que, antes de ser crime ou pecado, é uma questão de consciência", afirmou o tucano sobre o aborto. Questionado sobre a maconha, disse que nunca usou a droga.
O ex-governador está com a minoria, porém, quando o assunto é a pena de morte, além da redução da maioridade penal. A maioria (51%) disse que votaria, se consultada, a favor da adoção da pena máxima. "Uma condenação à morte é, antes de tudo, um gesto de vingança e o Estado se igualaria a criminosos", disse Alckmin.


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