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outro lado
Governo de MG diz que TCE aprovou contas
Secretário afirma que déficit zero não é campanha publicitária e sim ação de governo e que gastos com saúde cresceram 320%
Empresário defende ajuda ao Estado dizendo que, "quando aparece político sério como Aécio Neves, todos querem ajudar"
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE
"O governo Aécio Neves teve
suas contas aprovadas, sem nenhuma única ressalva pelo Tribunal de Contas do Estado, em
todos os exercícios financeiros
de sua gestão, inclusive quanto
às despesas executadas na área
de saúde", afirma Antônio Augusto Anastasia, ex-secretário
de Planejamento e Gestão.
Ele contesta que tenha havido maquiagem no registro das
despesas com saúde: "A questão sanitária envolve a saúde
pública. Não há regulamentação federal sobre a questão, o
que transforma a instrução do
TCE em norma maior vigente",
diz Anastasia. "Não houve sequer concessão de liminar", diz,
sobre a ação oferecida pelo Ministério Público Federal.
Para o secretário da Fazenda,
Fuad Noman, "é absolutamente improcedente a informação
de que teria havido redução nos
investimentos nas áreas sociais". Segundo ele, em 2002 o
Estado investiu R$ 64,4 milhões em saúde, contra R$ 271,1
milhões em 2005, um crescimento de 320%. Em educação,
no mesmo período, o crescimento foi de 229%. Em segurança pública foi de 720%.
""O déficit zero'" não foi uma
campanha publicitária, e sim
ação de governo. Com o anúncio, indicamos que foi interrompido um ciclo de muitos
anos de déficits orçamentários
acumulados, importante passo
para saneamento das contas
públicas", diz Noman.
"Minas paga todas as suas
contas e, embora a dívida com a
União seja alta e cresça sozinha
com os juros e a correção pelo
IGP-M, é possível pagar as parcelas sem comprometer o dia-a-dia da administração", diz.
Sobre as críticas do economista Fabrício Oliveira, diz que
a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2003 a 2006 apresentou
as estimativas de resultados
primário e nominal, "mostrando, de maneira inequívoca, que
o governo de Minas jamais pretendeu enganar sua população". "Não houve nenhuma
tentativa de engodo, como afirmado no inconsistente e incompleto trabalho", diz o secretário da Fazenda.
"Resultados primários, operacionais e nominais são apenas cálculos para exame de tendências futuras. Para a definição de políticas de Estado, o relevante é o valor a ser arrecadado e as despesas obrigatórias."
Empresas
Anastasia diz que o interesse
de grandes empresas ao patrocinar o "choque de gestão" é
"contribuir para a construção
de um novo modelo de gestão
pública". "Elas contribuíram para campanhas de políticos de
diferentes partidos e Estados, o
que é permitido por lei", diz.
Noman diz que o fato de Carlos Alberto Sicupira, da Fundação Brava, e Vicente Falconi, do
IDG, serem conselheiros da
Ambev "não é motivo para
qualquer constrangimento".
"Pelo contrário, o professor
Falconi é considerado o maior
especialista brasileiro em gestão. E não se registra qualquer
interface funcional entre a empresa [Ambev], o instituto e o
Estado", afirma o secretário.
"Jamais houve repasse de
qualquer informação sigilosa a
terceiros", diz o secretário da
Fazenda. "O Ministério Público do Estado constatou esta posição e, por isso, arquivou a representação do Sindifisco".
Vicente Falconi diz que "o interesse dos empresários é o
mesmo de todos nós: melhorar
a governança do país para que
possamos trabalhar, produzir
riquezas". Segundo ele, "quando aparece um político como o
Aécio Neves, querendo fazer
um trabalho sério para melhorar a gestão do Estado, todos
querem participar e ajudar".
Diz que "o operador dessa
fundação [Sicupira] é um empresário brasileiro com atividades muito grandes aqui e no exterior, um patriota, quis participar, continua querendo".
A fundação explica ter sede
em Delaware "inspirada no
modelo de "endowement", usado em fundações e universidades norte-americanas e não
permitido pela legislação brasileira". "Os recursos são investidos e somente os rendimentos
são usados nas operações. A
fundação se perpetua independentemente dos fundadores".
Sobre a suspeita levantada
pelo Sindifisco, de quebra de sigilo fiscal, Falconi diz que "não
estamos interessados em nenhuma relevância de nenhuma
marca de nenhum produto".
Outros parceiros
A Fundação Brava informa,
por sua assessoria, que, "além
do governo de Minas Gerais,
mantém o mesmo projeto, com
os mesmos consultores e os
mesmos parceiros da iniciativa
privada, na prefeitura de Porto
Alegre, no governo do Rio
Grande do Sul, no governo do
Ceará (com início na gestão de
Tasso Jereissati) e na prefeitura de São Paulo (com início na
gestão de José Serra)".
Sobre as alegações de cerceamento à imprensa, a assessoria
de Aécio informa que "o governo do Estado nunca fez qualquer tipo de ingerência nas decisões de qualquer empresa do
setor privado". Atribui a volta
do tema "às oposições na área
política e sindical, em especial
agora, que se instalou o processo eleitoral". "É um argumento
completamente falso, sem base
na realidade e desrespeitoso
aos jornalistas de Minas."
(FV)
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