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Quintanilha tenta repetir relatores no novo processo contra Renan no Senado
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem alternativas, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha
(PMDB), convidou os senadores Renato Casagrande (PSB) e
Marisa Serrano (PSDB) para
relatarem o novo processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Os
dois, ao lado do senador Almeida Lima (PMDB), já relatam a
denúncia que liga Renan à empreiteira Mendes Júnior.
Na última semana, Quintanilha descartou a idéia de repetir
os relatores por achar que isso
poderia atrasar o outro processo, mas mudou de idéia. "Já que
eles estão acompanhando o
processo cujo representado é o
mesmo, talvez fosse melhor
que assumam a nova relatoria.
Já falei com os dois relatores,
mas podem ser os três."
No novo processo, será investigada denúncia de supostos
benefícios de Renan à cervejaria Schincariol após a empresa
comprar uma fábrica de seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB),
por preço acima do mercado.
Na prática, Quintanilha teria
só 3 dos 15 membros do conselho para assumir a nova relatoria: Augusto Botelho (PT), Wellington Salgado (PMDB) e Gilvam Borges (PMDB). Os demais são da oposição ou de partidos governistas tidos como
"independentes" -o que não
agrada a Renan.
Mas Casagrande e Serrano
não querem aceitar o convite,
afirmando que o primeiro processo poderia sofrer atrasos. "O
mais adequado é que outro pudesse relatar. O problema é fazer as duas coisas ao mesmo
tempo", disse Casagrande.
Para Serrano, a ausência de
membros do conselho com o
perfil para a relatoria não justifica a repetição. "Eu não tinha
interesse em ser relatora, mas o
Congresso precisou e aceitei."
Além dos dois processos
atuais, a Mesa Diretora do Senado deve encaminhar nesta
semana ao Conselho de Ética
nova representação para investigar denúncia de que o peemedebista teria usado laranjas para comprar parte da empresa
JR Radiodifusão, em Alagoas,
com recursos não declarados.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM), que investiga a denúncia, afirmou que vai
convidar o usineiro João Lyra
para prestar depoimento nesta
semana à corregedoria.
Lyra afirma que Renan foi
seu sócio oculto na compra da
JR Radiodifusão, com a participação de laranjas como fachada
na sociedade.
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