São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

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Quintanilha tenta repetir relatores no novo processo contra Renan no Senado

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem alternativas, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB), convidou os senadores Renato Casagrande (PSB) e Marisa Serrano (PSDB) para relatarem o novo processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Os dois, ao lado do senador Almeida Lima (PMDB), já relatam a denúncia que liga Renan à empreiteira Mendes Júnior.
Na última semana, Quintanilha descartou a idéia de repetir os relatores por achar que isso poderia atrasar o outro processo, mas mudou de idéia. "Já que eles estão acompanhando o processo cujo representado é o mesmo, talvez fosse melhor que assumam a nova relatoria. Já falei com os dois relatores, mas podem ser os três."
No novo processo, será investigada denúncia de supostos benefícios de Renan à cervejaria Schincariol após a empresa comprar uma fábrica de seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB), por preço acima do mercado.
Na prática, Quintanilha teria só 3 dos 15 membros do conselho para assumir a nova relatoria: Augusto Botelho (PT), Wellington Salgado (PMDB) e Gilvam Borges (PMDB). Os demais são da oposição ou de partidos governistas tidos como "independentes" -o que não agrada a Renan.
Mas Casagrande e Serrano não querem aceitar o convite, afirmando que o primeiro processo poderia sofrer atrasos. "O mais adequado é que outro pudesse relatar. O problema é fazer as duas coisas ao mesmo tempo", disse Casagrande.
Para Serrano, a ausência de membros do conselho com o perfil para a relatoria não justifica a repetição. "Eu não tinha interesse em ser relatora, mas o Congresso precisou e aceitei."
Além dos dois processos atuais, a Mesa Diretora do Senado deve encaminhar nesta semana ao Conselho de Ética nova representação para investigar denúncia de que o peemedebista teria usado laranjas para comprar parte da empresa JR Radiodifusão, em Alagoas, com recursos não declarados.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM), que investiga a denúncia, afirmou que vai convidar o usineiro João Lyra para prestar depoimento nesta semana à corregedoria.
Lyra afirma que Renan foi seu sócio oculto na compra da JR Radiodifusão, com a participação de laranjas como fachada na sociedade.


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