São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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outro lado

Delegado diz que procedimento está em manual

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

O delegado Oslaim Campos Santana, superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, disse ontem que a decisão de colocar algemas nos presos da Operação Dupla Face seguiu as normas previstas no manual da corporação. Para Santana, não houve exposição indevida.
"Nós temos um manual que regula as nossas operações e determina que o preso tem de ser algemado e não deve ser exposto. E foi isso o que ocorreu hoje [ontem]", afirmou o delegado.
Ontem, na sede superintendência da PF em Cuiabá, cinegrafistas e fotógrafos conseguiram obter imagens da chegada dos presos na operação usando algemas.
De acordo com o delegado, a algema "é uma proteção tanto do preso quanto do policial". "Depois que você fala que uma pessoa está presa, você não sabe o que passa na cabeça dela, não sabe como ela vai reagir. Então é para a segurança dele e do policial. É a cela inicial do preso."
O advogado José Toledo Pizza, que representa nove dos servidores públicos presos na operação, criticou ontem a conduta da polícia. "Perante a sociedade, o uso das algemas já os condenou. Não havia necessidade alguma desta medida. Meus clientes são servidores públicos federais, não oferecem perigo algum."
Pizza afirmou que a exposição dos clientes será argumento para os pedidos de relaxamento de prisão que serão encaminhados à Justiça.
Presidente da comissão de Direito Penal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso, o advogado Ulisses Rabaneda disse que o uso de algemas foi desnecessário. "O filho de um dos suspeitos me disse que o pai foi preso em casa, estava tranqüilo e não resistiu. Foi algemado mesmo assim. Havia necessidade? Para mim, a PF não concordou com a decisão do STF e, por pirraça, resolveu que iria manter a conduta de sempre."


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