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Lula pede mais civilidade aos senadores
Para presidente, debate no Senado está abaixo da média de compreensão da sociedade e até quem gosta de política não o entende
Em evento no Rio de Janeiro, Lula louvou ações de seu governo e do governador Sérgio Cabral (PMDB), seu aliado, nas favelas da cidade
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Na semana seguinte ao áspero bate-boca entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva criticou a troca de
agressões entre os parlamentares e disse que eles poderiam
agir de modo mais "civilizado".
"Recentemente o nível de debate está abaixo da média de
compreensão da nossa sociedade. São todas pessoas formadas,
acima de 35 anos de idade, e
que, em vez de prestar atenção
ao que a televisão está transmitindo, poderiam agir de forma
mais civilizada", afirmou o presidente, no Rio de Janeiro.
Ontem, Lula participou na
cidade de comemoração dos
150 anos de fundação da Igreja
Presbiteriana no Brasil.
Há uma semana, Renan e Jereissati trocaram ofensas em
meio à crise política no Senado
e ao debate sobre a permanência de José Sarney (PMDB-AP)
na presidência da Casa.
Fora do microfone, Renan
chamou o colega de "coronel de
merda". O rival o qualificou de
"coronel cangaceiro".
"As pessoas se agridem de tal
modo que mesmo aquele cidadão que gosta de política fica
sem compreender o que está
acontecendo", criticou o presidente em seu discurso.
Bolsa Família
Lula se queixou do que chamou de "preconceito" contra o
programa Bolsa Família, que
atende 11,4 milhões de famílias
no Brasil. Segundo ele, só acha
que a distribuição de recursos
do programa desestimula o trabalho quem "não conhece um
pobre".
"Só pode pensar que R$ 85 ou
R$ 100 faz uma pessoa não querer trabalhar quem pode dar R$
100 de gorjeta depois de tomar
meia dúzia de uísques. Uma
mulher pobre que pega R$ 50
ou R$ 100, ela transforma aquilo em uma coisa sagrada chamada alimento para os seus filhos", reclamou.
Em discurso, Lula também
louvou as ações do seu governo
e do governador Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), seu aliado, nas favelas da cidade e defendeu que
para reduzir a violência é preciso levar o aparato do Estado a
essas áreas.
"A única chance que temos
de fazer essas crianças se transformarem em homens e mulheres de bem e diminuirmos a
violência (...) não é apenas a polícia -que tem um papel importante-, mas é a presença do
Estado, do poder público, da
prefeitura, do governo do Estado, do governo federal, levando
para lá o que o Estado oferece
para os ricos", afirmou Lula.
O presidente disse em discurso que criou "mais de 10 milhões de empregos" desde 2003
e que o país está reduzindo a
desigualdade social, mesmo
durante a crise econômica.
"Nem mesmo a crise financeira internacional nos tirou
desta rotina virtuosa. A verdade é que no auge da crise mundial, entre outubro de 2008 e
junho de 2009, mais de meio
milhão de pessoas deixaram a
linha da pobreza nas principais
regiões metropolitanas do país,
se comparadas com o período
de outubro de 2007 a junho de
2008", discursou.
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