HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O juiz Omar Rodrigues de Almeida, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, decretou a prisão preventiva de cinco acusados de matar em setembro de 2002 o empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, 39, proprietário do jornal "Folha do Estado".
O ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, conhecido como comendador, é acusado de ser o mandante do crime.
Com a decisão de ontem, Arcanjo passa a ter seis mandados de prisão. Ele está preso desde abril deste ano no Uruguai por uso de documento falso.
Segundo o delegado Luciano Inácio da Silva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado, Arcanjo mandou matar Sávio Brandão porque o empresário publicava reportagens no jornal contra o crime organizado.
O inquérito policial foi concluído na semana passada. Na quarta-feira, o Ministério Público Estadual denunciou Arcanjo e mais quatro envolvidos à Justiça.
O cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho, 34, é acusado de acertar sete tiros de pistola 9 mm em Sávio Brandão. Hércules foi preso um dia após o crime, mas fugiu do presídio Pascoal Ramos. A fuga foi facilitada por carcereiros, segundo a PM.
Acusado de vigiar os passos de Sávio Brandão para facilitar o assassinato, o ex-soldado da PM Célio Alves de Souza, 38, é o único dos acusados que já está preso.
O juiz marcou para o dia 26 a primeira audiência de Souza na Justiça. Ainda estão foragidos o "cobrador de dívidas" João Leite e o vigia Fernando Barbosa Belo.

Outro lado
O advogado João dos Santos Gomes Filho disse ontem à Agência Folha que Arcanjo reafirma ser inocente em todos os processos movidos na Justiça contra ele, principalmente os de assassinato.
As defesas de Agostinho e Souza sustentam que os dois estavam em outro local, quando ocorreu o assassinato de Sávio Brandão.


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