EDUARDO SCOLESE
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que a estatal não modificará os critérios que utiliza no financiamento de ações sociais para municípios. Segundo ele, a política desses repasses prioriza áreas nas quais estão localizadas as bases da Petrobras, como refinarias e gasodutos. "O critério não é partidário", disse.
Gabrielli reagiu à reportagem publicada ontem pela Folha, que informa que a empresa estatal, entre outubro do ano passado e o início da campanha eleitoral, em ações sociais para municípios, beneficiou prefeituras do PT e da base aliada no financiamento de R$ 18,4 milhões de um total de R$ 31,6 milhões. "Não há nada falso [na reportagem], mas a idéia é errada", declarou.
"Eu acho que é um escândalo a Folha insinuar que o critério da distribuição de recursos da Petrobras seria um critério partidário (...) É um escândalo a opinião do jornalista, que é absurdamente irresponsável ao fazer essa insinuação."
Gabrielli tentou explicar os critérios da Petrobras. O primeiro deles, disse, são os locais de atuação da empresa. "O fato é que a Petrobras atua fisicamente em lugares específicos do país, onde tem petróleo, onde tem bases de distribuição, onde tem gasodutos etc. E a nossa política de apoio social prioriza as nossas áreas de entornos de nossas atividades. Esse é um primeiro critério."
A seguir, citou programas da empresa no apoio de crianças e adolescentes e no combate ao analfabetismo. "O critério é esse. Não é populacional."
A Folha mostrou que, entre os patrocinados pela estatal, estão apoiadores da campanha à reeleição de Lula, como CUT. Além disso, prefeituras petistas de Maragogipe (BA) e Alagoinhas (BA) receberam verba para melhoria de asfalto.
Gabrielli disse que, diante de uma alta demanda de municípios, a opção final acaba sendo da própria Petrobras. "A questão partidária não é olhada."


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