|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRAMPOS
Governo entrega 11 maletas de escuta telefônica à Justiça
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo entregou ontem
à Justiça Federal 11 maletas
de interceptação, sendo dez
da Polícia Federal e uma do
Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do
Ministério da Justiça. Os
equipamentos serão periciados pelo Ministério Público
Federal, que investigará se
eles foram usados em grampos clandestinos.
A entrega atendeu à decisão da 10ª Vara Federal do
Distrito Federal, que determinou o recolhimento em 24
horas de todas as maletas em
poder de órgãos do governo.
A Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) e a PRF (Polícia
Rodoviária Federal), também alvos da liminar, informaram não ter aparelhos
que interceptem ligações.
As maletas entregues podem fazer escutas em celulares sem depender das operadoras e, por isso, em tese,
sem precisar de autorização
judicial. A PF afirma que todas as suas escutas foram autorizadas e o Depen diz que
usa seu único aparelho apenas para bloquear ligações.
A perícia do MPF apontará
os números dos celulares interceptados pelos equipamentos. Os dados serão cruzados com as respetivas decisões judiciais que autorizaram as escutas e, se houver
números grampeados sem
permissão, fica caracterizado crime de responsabilidade por abuso de poder.
A Procuradoria da República do DF pediu ajuda à
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) para
analisar os equipamentos,
mas ela ainda não respondeu. Os procuradores também podem recorrer a peritos da Unicamp.
Por meio da assessoria, a
Abin reafirmou não ter maletas de interceptação, apenas equipamentos de varredura antigrampo. A resposta
foi enviada à PF e ao MPF em
ofício assinado pelo general
Jorge Felix, ministro-chefe
do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), responsável hierárquico pela Abin.
A PRF também negou ter a
maleta e disse à Justiça Federal que possui apenas o
Oscor 5000, que realiza varredura. Segundo a assessoria
da polícia, foram feitas 137
escutas em 2007, sempre
com autorização judicial.
Texto Anterior: Investigação: PF apura se corporação atuou para atingir presidente do STF Próximo Texto: Grampos: Ministério muda projeto por pressão da PF Índice
|