ENVIADOS ESPECIAIS A APARECIDA

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, testemunhou ontem a máxima do "ajoelhou, tem que rezar". O tucano passou por um constrangimento ao participar da festa da padroeira, em Aparecida. Para compor uma "mesa ecumênica" -como descreveu o arcebispo metropolitano de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis-, o senador petista Eduardo Suplicy foi convidado para a entrevista concedida após a missa.
À mesa com Alckmin, Suplicy mencionou as mães do ex-governador e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para cobrar-lhe respeito no próximo debate. Depois de cada um dos entrevistados -inclusive o aniversariante, o governador Cláudio Lembo- relatar, a pedido de uma repórter, a "experiência" com Nossa Senhora Aparecida, Suplicy disse que a padroeira "está pensando hoje" especialmente nas mães de Alckmin e Lula.
"Fico pensando no que é que essas três mães estariam recomendando aos dois candidatos a presidente e ao povo. Fico com vontade de dizer que espero que no próximo debate ambos possam estar como se fossem dois irmãos diante de sua mãe [...]. É importante que ambos sejam muito assertivos [...] mas sempre tratando o outro com o respeito", disse.
Suplicy lembrou a declaração de Alckmin sobre o Bolsa Família: "Eu peço a ele para ler com atenção a Lei 2.836 que, diferentemente do que disse, exige, sim, uma contrapartida".
Alckmin respondeu a apenas uma pergunta, na qual defendeu o ajuste fiscal. "Em relação à questão fiscal eu penso diferente do presidente Lula e é bom que seja assim. Temos diferenças, principalmente diferenças éticas. Não sou tolerante com a corrupção", disse.
E deixou o Santuário. Apesar de contrariado, ele minimizou o mal-estar: "Hoje é dia de Nossa Senhora e Nossa Senhora é amor", reagiu. Alckmin foi aplaudido três vezes: duas quando a presença foi anunciada e na saída.
(CATIA SEABRA E FÁBIO AMATO)

Texto Anterior: Feriado: 155 mil fiéis lotam santuário em aparecida
Próximo Texto: Renata Lo Prete: A curva pró-Lula
Índice