São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

"Aquela gente só sabe vender", acusa Lula; é a "mentirobrás", diz Alckmin

Tucano anuncia formação de grupo de parlamentares para responder a ataques da campanha adversária

Em comício em Goiás, presidente diz que se inspira em Gandhi para procurar manter a calma diante das investidas dos tucanos


EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A VALPARAÍSO DE GOIÁS

Em discurso ontem à noite em Valparaíso de Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende vender patrimônio público caso vença as eleições.
Ele citou a sugestão de Alckmin de vender o avião presidencial para usar o dinheiro na construção de hospitais. "Não me incomodei porque aquela gente só sabe vender o que não é deles. Eles são capazes de passar na rua, ver um carro estacionado e vendê-lo."
Em Pernambuco, Alckmin disse que o governo Lula criou a "mentirobrás" -referência a uma "central de boatos" responsável pelos rumores de que o PSDB pretende privatizar estatais e fazer cortes no Bolsa Família. O tucano anunciou a formação de um grupo de parlamentares para combater os boatos. "Vamos criar esse grupo para desmentir essas coisas, dizer a verdade ao povo brasileiro e colocar os pingos nos is."
A "tropa de choque" será formada pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Júlio Delgado (PSDB-MG) e pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Sobre a pesquisa Ibope divulgada ontem, o ex-governador, referindo-se à vantagem de Lula, afirmou que "12 pontos é pouquinho". "Deu uma esfriada, mas a campanha começou hoje [ontem]. Vamos crescer, pode escrever aí."
Alckmin esteve em Recife e no porto de Suape, em Cabo de Santo Agostinho (a 30 km da capital), onde gravou imagens para seu programa eleitoral.
Em Goiás, onde discursou de improviso para cerca de 5.000 pessoas, segundo os organizadores, Lula disse que tem se inspirado no indiano Mahatma Gandhi para manter a calma diante dos ataques de Alckmin. Ao explicar a menção ao líder que ajudou a libertar a Índia do império britânico, Lula disse que Gandhi adotava a prática da não-violência e "aceitava qualquer tipo de provocação". "Quando o ofendiam, ele não perdia a postura. Ele tinha um objetivo, de libertar a Índia."
O petista pediu tranqüilidade a seus eleitores. "Não podemos perder a cabeça, não podemos fazer gestos que permitam a eles dizerem que nós estamos mudando o tom."
Ao lado de Lula no palanque, além de políticos locais, esteva o ex-faxineiro Francisco Basílio Cavalcante, que, em 2004, se tornou uma espécie de símbolo da honestidade ao devolver uma carteira com US$ 10 mil que havia encontrado no aeroporto de Brasília.


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