São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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Dobradinha familiar com homens é trunfo

DA REPORTAGEM LOCAL

A bancada feminina, tanto a parte veterana como a novata, tem sobrenomes há muito tempo conhecidos na política.
Metade das mulheres eleitas para a Câmara são companheiras ou ex-companheiras, filhas e viúvas de políticos.
Isso passa por todos os partidos. No PT, por exemplo, o prefeito de Guarulhos, Eloi Pietá, viu sua mulher Janete obter uma vaga para a Câmara.
Em alguns casos, a filha ficou com um cargo até mais importante que o pai. Zito, cacique tucano na Baixada Fluminense, foi o deputado estadual mais votado do Rio e fez da filha Andréia a mulher mais lembrada no Estado para a Câmara.
No Norte, o recanto feminino da Câmara, a dobradinha marido e mulher é comum. "Acontece isso porque a mulher do político é seu principal cabo eleitoral. Ela costuma trabalhar ao lado do marido e aprende a agir nas campanhas. Depois, partir para a própria campanha é um pulo", diz a deputada Janete Capiberibe, cujo marido, João, foi governador do Amapá.
Fábio Wanderley Reis, cientista político e professor emérito da UFMG, diz que o sobrenome famoso pode ser um dos fatores para o recorde feminino.
"Pode ser uma razão plausível para o quadro todo. Por um lado, desqualifica um pouco o aumento da realização feminina, que acaba sendo algo que pode ser associado a um certo 'caciquismo". Se se constata que boa parte das mulheres eleitas tem esse tipo de ligação, com líder político já conhecido como tal, realmente a coisa é muito menos significativa", diz. (LF E PC)


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