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Dobradinha familiar com homens é trunfo
DA REPORTAGEM LOCAL
A bancada feminina, tanto a
parte veterana como a novata,
tem sobrenomes há muito tempo conhecidos na política.
Metade das mulheres eleitas
para a Câmara são companheiras ou ex-companheiras, filhas
e viúvas de políticos.
Isso passa por todos os partidos. No PT, por exemplo, o prefeito de Guarulhos, Eloi Pietá,
viu sua mulher Janete obter
uma vaga para a Câmara.
Em alguns casos, a filha ficou
com um cargo até mais importante que o pai. Zito, cacique
tucano na Baixada Fluminense,
foi o deputado estadual mais
votado do Rio e fez da filha Andréia a mulher mais lembrada
no Estado para a Câmara.
No Norte, o recanto feminino
da Câmara, a dobradinha marido e mulher é comum. "Acontece isso porque a mulher do político é seu principal cabo eleitoral. Ela costuma trabalhar ao
lado do marido e aprende a agir
nas campanhas. Depois, partir
para a própria campanha é um
pulo", diz a deputada Janete
Capiberibe, cujo marido, João,
foi governador do Amapá.
Fábio Wanderley Reis, cientista político e professor emérito da UFMG, diz que o sobrenome famoso pode ser um dos fatores para o recorde feminino.
"Pode ser uma razão plausível para o quadro todo. Por um
lado, desqualifica um pouco o
aumento da realização feminina, que acaba sendo algo que
pode ser associado a um certo
'caciquismo". Se se constata que
boa parte das mulheres eleitas
tem esse tipo de ligação, com líder político já conhecido como
tal, realmente a coisa é muito
menos significativa", diz.
(LF E PC)
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