São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

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Senador mostrou alívio e amargor após se licenciar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros, está se sentindo "aliviado" e "amargurado", mas emite sinais de estar um "pouco fora da realidade". Essa é a definição do humor do peemedebista feita por amigos que estiveram com ele no dia em que pediu licença.
Logo após o anúncio de sua licença, Renan recebeu aliados em sua casa anteontem à noite. A eles, disse que acredita em sua volta à presidência do Senado no fim de novembro, quando acaba seu período de afastamento.
Segundo seus amigos, era mais uma demonstração de sua dificuldade em aceitar que perdeu o controle do processo. Durante a reunião com aliados na quinta-feira à noite, Renan comentou ter optado pela licença de 45 dias para não ficar "vulnerável". Se tirasse 120 dias, disse, tinha a convicção de que seria "abandonado" pelo governo e aliados e acabaria cassado.
Agora, o presidente licenciado do Senado pode usar o prazo de 45 dias como uma ameaça ao Palácio do Planalto. Caso se sinta isolado, ele poderá reassumir a cadeira e, antes de ser cassado, tumultuar a votação da CPMF.
Renan conta com o apoio do presidente Lula e de alguns tucanos, como o governador Teotonio Vilela (AL), para preservar seu mandato.
Ele tem a esperança de que, com a licença, o PT possa voltar a ficar a seu lado por determinação do presidente. Mas sabe que os petistas se unirão à oposição na exigência de sua renúncia ao cargo.
Renan decidiu recolher-se para evitar constrangimentos públicos. Desistiu de ir a uma festa na quinta-feira à noite na casa do ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Reginaldo de Castro, para a qual havia confirmado presença.
Ontem, Renan disse a auxiliares que passaria o feriado em Brasília, mas não recebeu aliados em casa. Embora a imprensa tenha permanecido durante todo o dia em frente à residência do senador, nenhum assessor confirmou que ele estava lá.


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