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OUTRO LADO
Bancos e citados negam envolvimento
da Reportagem Local
Os bancos citados pelo traficante colombiano Joaquim Jimenez como tendo funcionários envolvidos no esquema de
lavagem de dinheiro do Cartel
de Cali afirmam que os bancários citados já deixaram as instituições ou que nunca trabalharam nelas.
A assessoria de imprensa do
Unibanco afirmou que Sandro
Valladares foi contratado em setembro de 1996 como analista,
para trabalhar em Belo Horizonte, e que foi demitido em
agosto por corte de pessoal.
Segundo o Unibanco, ""não há
registro de nenhuma operação
desse tipo (lavagem de dinheiro), mas o banco está disposto a
ajudar a CPI a ir às últimas consequências, caso necessário".
A assessoria de imprensa do
banco Real informou que Carlos Alberto Futura nunca foi
funcionário da instituição.
Segundo a assessoria de imprensa do banco HSBC, Ionara
Sacerdote Gnap foi contratada
pelo antigo Bamerindus em julho de 1986 para atuar como
agente de câmbio de uma de
suas agências em Curitiba. Ela
foi demitida pelo próprio HSBC
em abril de 1999. O motivo da
dispensa teria sido a redução do
departamento de câmbio.
O HSBC declarou que prestará todas as informações eventualmente solicitadas pela PF.
O banco Bozzano, Simonsen
disse que André Coggi nunca
trabalhou na instituição.
Coggi, atualmente funcionário do Republic Trade Bank,
disse que já trabalhou no Bozzano, Simonsen. Questionado sobre seu envolvimento, disse:
"Me liga na terça-feira".
O Republic Trade informou
que André Coggi é funcionário
do banco há menos de três meses e que acredita não haver fundamento nas denúncias.
O Bradesco informou que
Messias Matias Mota trabalhava
no setor de câmbio de uma
agência em Belém (PA) e que ele
foi dispensado quando o setor
acabou. Sobre as acusações, a
assessoria de imprensa afirma
desconhecer o assunto.
A assessoria de imprensa do
Safra informou que Dario Fernandes nunca fez parte do quadro de funcionários do banco.
O juiz aposentado Jurandir
Inácio Moreira, presidente do
Conselho Deliberativo da Estância Thermas Pousada do Rio
Quente, disse que a pista de
pouso do hotel nunca foi usada
por aviões carregados com dinheiro do tráfico.
Ele confirmou que conheceu
Jimenez em maio deste ano. Na
ocasião, o colombiano teria se
apresentado com a identidade
falsa do espanhol Antonio Carlos Dumont Paris. O traficante,
disse, tentou contratar o seu escritório de advocacia para prestar assessoria jurídica e efetuar a
aquisição de imóveis para futura instalação de empreendimentos agropecuários.
Moreira receberia US$ 60 mil
em honorários. O negócio acabou não se concretizando pelo
fato de o advogado ter descoberto que a empresa representada por Jimenez, a Lakevien Financial Corporation, que teria
sede em Miami (EUA), não
existia. Depois disso, Jimenez
desapareceu.
O advogado Antonio Furtado
Leite, também citado, disse ter
conhecido Jimenez, mas negou
que esteja envolvido com o Cartel de Cali. Leite disse que Jimenez o procurou alegando ter
perdido documentos e pedindo
serviços advocatícios.
O advogado chegou a pagar as
despesas de uma pousada e de
refeições ao colombiano, mas
não recebeu nada: "Nunca vi
deste homem um centavo".
Os demais citados no depoimento, procurados pela Folha,
não foram localizados.
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