São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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MEMÓRIA

Último sobrevivente do grupo que fundou o Parque Nacional do Xingu, Orlando morreu vítima de falência múltipla de órgãos

Indigenista Villas Bôas morre aos 88 anos

DA REDAÇÃO

O indigenista e sertanista Orlando Villas Bôas, 88, morreu às 14h27 de ontem em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele havia sido internado no dia 14 de novembro com um quadro agudo de infecção intestinal, segundo boletim divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e assinado pelo médico responsável pelo sertanista, Sérgio Reynaldo Stella.
O corpo de Villas Bôas estava sendo velado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa de São Paulo. O enterro será hoje, às 14h, no cemitério Morumby, na zona sul de São Paulo.
O indigenista era o último sobrevivente do grupo que fundou o Parque Nacional do Xingu (MT), projeto que surgiu a partir da famosa expedição Roncador-Xingu, da qual ele participou com seus irmãos Claudio e Leonardo.
Em 1961, ano de criação do parque, Leonardo morreu vítima de miocardite reumática, aos 43 anos. Em 1997, morreu o antropólogo Darcy Ribeiro, que também participou da criação do Xingu. E, em 1998, um infarto fulminante matou Claudio.
Orlando Villas Bôas contabilizava mais de duas centenas de malárias contraídas durante as mais de quatro décadas que passou na selva. Mas foi em 9 de julho de 2000, após uma queda em sua casa, que seu estado de saúde piorou. Internado, ele teve de passar por uma angioplastia.
Nos meses seguintes, ele se recuperou dos problemas de saúde e até conseguiu acompanhar o desfile da escola de samba Camisa Verde e Branco feito em sua homenagem, em fevereiro de 2001.
Em janeiro de 2002, foi novamente internado em estado grave, situação que se repetiu em 14 de novembro. (NOELI MENEZES)


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