São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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REPERCUSSÃO

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, presidente da República:
"A morte de Orlando Villas Bôas, um de nossos mais ilustres indigenistas, entristece o Brasil inteiro. Sua obra foi uma grande contribuição ao país, seja por seu espírito científico e humanista, seja pelo exemplo de serviço à cultura, à causa pública e aos valores da Justiça e solidariedade. A vivência que teve entre os índios, por mais de 30 anos, deixou lições para todos nós. Nunca deixou de sensibilizar a consciência nacional para os problemas das populações indígenas. Por tudo isso, foi um herói do nosso tempo. Lutou sempre com bravura e dignidade. Com ele, o Brasil se tornou maior e mais forte".

PAULO DE TARSO RIBEIRO, ministro da Justiça:
"É um desses brasileiros raros que nascem ao longo do milênio. O país deve ser grato a ele. De certa forma, é um ícone, um símbolo da defesa dos direitos humanos dos povos indígenas".

IANACULÁ KAMAIURA-TRUMAI índio xinguano, ex-administrador do Parque do Xingu:
"Os índios do Xingu o consideram um pai. Os mais novos chamam ele de avô. É uma relação de parentesco, praticamente"

CARMEM JUNQUEIRA, antropóloga, professora da PUC-SP:
"Fiz pesquisa no Xingu de 65 até a década de 70 e o conheci bastante bem. A expedição [Roncador-Xingu" abriu espaço para nossa sociedade avançar; a felicidade dos índios é que nela estavam Orlando e seus irmãos. Se não fosse a sua presença, talvez já não houvesse índios na região"

DOUGLAS RODRIGUES médico, coordenador do Projeto Xingu,
que desde 1965 leva tratamento médico e capacitação para os índios da região: "O Orlando foi um visionário. Hoje parece claro, óbvio, que precisamos proteger a diversidade da região, mas na época, nos anos 50, índio era considerado obstáculo ao desenvolvimento. [Desde aquela época" ele começou a trabalhar com alguns rapazes preparando-os para o futuro, já que o contato havia sido feito. Hoje o parque é administrado por esses índios"

PEDRO MARTINELLI fotógrafo, acompanhou os irmãos Villas Bôas em expedição de 1970:
"Devo a minha universidade de Amazônia, de vida, ao Orlando e ao Cláudio Villas Bôas. Tive o privilégio de conviver com eles por três anos. Essa foi a minha grande escola -me ajudou a ter princípios, caráter em relação às questões ambientais e indígenas"


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