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Feitosa teve fuga espetacular antes de sequestro
DA REDAÇÃO
A fuga de Ailton Alves Feitosa e Dionízio de Aquino Severo, ocorrida na véspera do sequestro do prefeito Celso Daniel, no dia 17 de janeiro de
2002, foi considerada a mais espetacular da história dos presídios de São Paulo.
Rodrigo Tadeu Severo e
Cleilson Gomes de Souza alugaram um helicóptero no
Campo de Marte para fazer um
vôo panorâmico. O piloto foi
rendido após decolar. Por volta
das 13h, a aeronave pousou na
quadra esportiva da penitenciária José Parada Neto, de segurança máxima, em Guarulhos, e resgatou os presos.
Os sequestradores então pediram ao piloto que voasse baixo em direção a Embu, onde os
quatro homens desceram e, segundo a polícia, fugiram numa
van. Os detalhes da fuga teriam
sido acertados durante três meses com a ajuda de visitas e parentes. Pelo serviço, segundo a
polícia, Souza receberia R$ 30
mil, valor de um imóvel que seria entregue a ele por Severo.
Ao ser preso, no dia 29 de janeiro seguinte, em um sítio de
Ibiúna (SP), Feitosa, que cumpre pena de 36 anos e oito meses por homicídio, assalto e
atentado violento ao pudor,
procurou assumir a culpa do
plano. Disse ter se inspirado no
traficante José dos Reis Encina,
o Escadinha, que em 1985 saiu
de helicóptero do presídio da
Ilha Grande (RJ).
Na delegacia, Feitosa deu
uma entrevista em tom irônico
e cômico à imprensa e pediu
que ao delegado que orientasse
os repórteres a não chamá-lo
de "marginal". "Sou criminoso, doutor." Ao ouvir de um cinegrafista que falasse logo, o
preso disse: "Não é assim, companheiro, tenho 26 anos pra
cumprir. Tenho tempo".
(NOELI MENEZES SOARES)
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