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Na última hora, governo beneficia Estados tucanos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao fazer um apelo para que
os governadores entrassem em
cena na última hora em busca
de votos decisivos para aprovar
a CPMF no Senado, o governo
Lula também selecionou a dedo as bancadas dos Estados para direcionar verbas nos primeiros dez dias de dezembro.
O mapeamento dos recursos
liberados pela União por meio
das chamadas emendas de bancada ao Orçamento mostra que
foram privilegiados Estados
administrados pelo PSDB ou
que têm senadores tucanos como expoentes.
O campeão nos primeiros
dias do mês foi Pernambuco,
Estado do presidente do PSDB,
Sérgio Guerra, com um montante empenhado (jargão orçamentário que significa compromisso de gastos) de R$ 40,7
milhões. Esse valor representa
quase tudo o que o Estado recebeu por meio dessas emendas
no ano: R$ 42,7 milhões.
As emendas de bancada são
aquelas feitas em conjunto por
deputados e senadores e, tradicionalmente, atendem a pedidos de grandes obras selecionadas pelo governador. Os dados
foram coletados no Siafi (sistema de acompanhamento de
gastos da União) pela assessoria de Orçamento do DEM.
O total liberado nos primeiros dez dias do mês, a título de
emendas de bancada, foi de R$
154,2 milhões. Em outubro, o
valor total foi de R$ 123 milhões. O aumento no fluxo de liberação de verbas para bancadas já havia se intensificado em
novembro: R$ 449,4 milhões.
Na seqüência do ranking de
Estados, a segunda bancada beneficiada foi a de São Paulo
-R$ 27,8 milhões-, cujo governador, José Serra (PSDB),
esteve à frente das últimas negociações para aprovar a prorrogação da CPMF até 2011. Foi
de Serra a proposta de ampliar
os repasses à Saúde, negociada
diretamente com o Planalto.
A terceira no ranking foi a
bancada da Paraíba, administrada pelo governador Cássio
Cunha Lima (PSDB), que obteve R$ 19,5 milhões, defendeu a
prorrogação da CPMF e pressionou para que Cícero Lucena
(PB) votasse a favor. Depois
vem Alagoas, com R$ 11,3 milhões, Estado chefiado por Teotônio Vilela Filho (PSDB). O
governo pleiteia o voto do tucano João Tenório (AL).
A lista ainda mostra verbas
para bancadas estratégicas, como Ceará (R$ 5,8 milhões) e
Goiás (R$ 6 milhões).
A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela
administração de liberação de
verbas, nega que seja "moeda
de troca" para negociar votos
no plenário.
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