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Outro lado
Petista afirma que pensou na própria eleição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A doação de Luiz Marinho (PT) aos candidatos a
vereador de São Bernardo
do Campo foi uma estratégia planejada com antecedência para fortalecer a
campanha do partido à
prefeitura, disse à Folha o
prefeito eleito. Segundo o
petista, era mais fácil ele
arrecadar os recursos que
os postulantes a uma vaga
na Câmara Municipal.
"Eu assumi a responsabilidade de tocar a campanha. Campanha não se resume à majoritária, está
intimamente relacionada
às proporcionais. O planejamento que fiz foi criar
condições para as candidaturas proporcionais fazerem uma boa campanha, para propiciar o resultado que nós alcançamos", disse Marinho, em
encontro dos prefeitos petistas eleitos, em Brasília.
As contas de Marinho
foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, mas ele resiste em falar sobre as receitas e despesas da campanha. "A imprensa fica
me "enchendo o saco" e
não observa a irregularidade dos outros. Talvez a
minha seja uma das poucas campanhas em que foi
tudo oficial", declarou.
Ontem, Marinho afirmou que investiu R$ 5 milhões nas campanhas proporcionais pensando na
própria eleição. "Fazem
campanha para eles e para
o candidato majoritário,
para mim, no caso."
O petista se elegeu, mas
apenas seis dos 242 candidatos a vereadores que receberam dinheiro de Marinho conseguiram uma
vaga na Câmara de São
Bernardo do Campo.
"Saímos com várias chapas proporcionais para
dar dimensão de alcance e
publicidade. Se tivéssemos feito menos chapas,
provavelmente [a base do
prefeito eleito] estaria
melhor na Câmara de vereadores", afirma Marinho, que ficou sem a maioria no Legislativo.
À Folha, ele disse que
não foi difícil arrecadar os
R$ 11,2 milhões. "As contribuições vieram em reconhecimento ao trabalho
histórico que eu sempre
fiz", afirma. Marinho contou com a ajuda do tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e também do presidente da sigla, Ricardo Berzoini, para assegurar a obtenção de mais da metade dos
recursos via partido.
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