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CONGRESSO
Recursos para emendas parlamentares se concentram na BA
Liberação de última hora
favorece bancada do PFL
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
A liberação de recursos orçamentários autorizada pelo governo no mês passado beneficiou,
principalmente, os parlamentares
do PFL e a bancada da Bahia.
Essa liberação facilitou a aprovação da DRU (Desvinculação
dos Recursos da União), anteontem, na Câmara dos Deputados.
A criação da DRU (que vai substituir o Fundo de Estabilização
Fiscal) deveria ter sido votada na
primeira quinzena de dezembro,
mas a votação foi suspensa pelo
governo porque os parlamentares
aliados estavam insatisfeitos com
a liberação de recursos orçamentários para suas emendas.
Na votação de anteontem, o governo conseguiu 343 votos a favor
(35 além do necessário).
A Folha comparou a lista de votação com a liberação de emendas
em dezembro, conforme levantamento feito pelo deputado Agnelo Queiroz (PC do B-DF).
Entre os deputados com emendas ao Orçamento de 99 (e que
compareceram na sessão de anteontem), os do PFL conseguiram
do governo o empenho de R$
78,837 milhões.
Os deputados do PMDB ficaram em segundo lugar, com R$
35,728 milhões empenhados. As
emendas empenhadas pelo
PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, somaram R$ 29,235 milhões.
O PFL tem 105 deputados federais, o PSDB, 101, e o PMDB, 99.
Juntos, os partidos de oposição
(PT, PDT, PSB, PC do B e PPS)
conseguiram o empenho de R$
16,702 milhões. Ao determinar o
empenho de um recurso orçamentário, o governo se compromete a pagá-lo futuramente.
"Agora, a negociação envolverá
o pagamento dos empenhos autorizados em dezembro. A liberação desses recursos deverá começar ainda neste mês", avalia Agnelo Queiroz, que votou contra a
DRU e teve uma emenda de R$
750 mil empenhada e paga pelo
governo no mês passado.
Os deputados da Bahia que votaram anteontem a favor da DRU
conseguiram o empenho de R$
45,730 milhões em emendas individuais ao Orçamento de 1999.
Atrás dos parlamentares baianos ficaram os do Rio de Janeiro
(R$ 25,490 milhões em emendas
empenhadas) e os de Pernambuco (R$ 13,273 milhões).
Em São Paulo, Estado com o
maior número de deputados (70),
a situação ficou quase equilibrada. O empenho de emendas dos
parlamentares favoráveis à DRU
somou R$ 6,386 milhões em dezembro (contra R$ 4,017 milhões
em emendas de deputados contrários ao novo FEF).
A liberação de emendas dos
parlamentares começou a ser executada no final do ano passado,
quando o governo anunciou o
desbloqueio de R$ 1,5 bilhão em
recursos contingenciados pelo
ajuste fiscal.
Esse dinheiro melhorou as negociações com os partidos aliados, pois foi dada a garantia de
que as emendas apresentadas ao
Orçamento de 99 seriam pagas.
Anteontem, o sucesso da negociação era confirmado.
"Pelo que eu sei, os recursos das
emendas começaram a ser liberados em dezembro. As reclamações dos deputados acabaram, e o
que ainda existe está restrito a pequenas exceções", afirmou o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), líder do governo na Comissão de Orçamento do Congresso.
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