São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2002

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PAINEL

Costura mineira
O PFL ofereceu ao governador Itamar Franco (PMDB) apoio à sua candidatura à reeleição em Minas Gerais. Em troca, o ex-presidente apoiaria a maranhense Roseana Sarney (PFL) na disputa presidencial. Itamar ficou de pensar no assunto.

Bois de piranha
O PFL mineiro já decidiu que não irá apoiar um candidato tucano ao governo estadual, a não ser que o PSDB fique ao lado de Roseana na sucessão. Caso não vingue o acordo com Itamar, o PFL lançará Roberto Brant (Previdência Social) ou Clésio Andrade (CNT) ao governo de MG.

Propaganda em grego
Tucanos ironizam a comentada possibilidade de o marqueteiro Nizan Guanaes, que hoje está com o PFL de Roseana, vir a trabalhar na campanha do ministro José Serra (Saúde): "É impossível. Serra e Nizan não falam a mesma língua. Nem conseguem respirar o mesmo ar".

Um passo atrás
Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) enviou uma carta a Roseana na qual pede desculpas pelas críticas que fez a ela logo que lançou sua pré-candidatura à Presidência. Diz que as divergências são ideológicas e que quer manter bom relacionamento com a governadora.

Represália pefelista
O governo da Bahia deve concluir até o final do mês uma série de processos administrativos que culminarão na demissão de 600 policiais militares que participaram das greves da categoria no ano passado e no protesto da última terça-feira, quando um quartel da PM foi tomado.

Tema prioritário
O PT apresentará em 26 de fevereiro, no Congresso, o seu plano de segurança pública. Quer transformar o lançamento em uma grande festa para o candidato Lula, com a presença de governadores. A uma semana das prévias com Eduardo Suplicy.

Educação ministerial
Sílvio Mitre, assessor político do ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), conseguiu uma rádio educativa para a fundação de um amigo. Mas a emissora foi instalada na casa do assessor, em Minas Gerais, e é dirigida pelo seu irmão.

Prato atípico
Quando entrou no ar, a rádio obtida por Mitre ganhou tom comercial -com propaganda e tudo, o que é proibido por lei. O produto Sanforte, que "faz engordar quantos quilos [você" desejar", é anunciado na emissora, batizada de "Líder FM".

Esconde-esconde
Um ex-dirigente do Econômico pregou uma peça na Justiça. José Roberto Davi de Azevedo, vice-presidente setorial do banco, informou no processo sobre o financiamento do Proer que tinha residência nos EUA. Mas, na verdade, morava na casa da mãe, em Salvador (BA).

Meia década
A "brincadeira" atrasou em cinco anos a tramitação do processo. Inquérito policial vai apurar o motivo de tanta demora para a descoberta da fraude.

Rebeldia eleitoral
O tucanato do Acre ameaça romper a aliança com o PT. Diz que poderá lançar um candidato próprio para enfrentar o governador Jorge Viana (PT).

Antes da hora
O deputado Inaldo Leitão, presidente do PSDB da Paraíba, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra Ney Suassuna (Integração Nacional), sob a alegação de que o ministro faz campanha eleitoral antecipada.

Assessoria empenhada
Em suas visitas à Paraíba, o ministro é acompanhado, segundo Leitão, por assessores usando camisetas com a mensagem "Suassuna governador". Além disso, há muros pichados com essa frase. Leitão pediu ao TSE que multe o ministro.

TIROTEIO

Do deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP), sobre a articulação de FHC para o lançamento da candidatura de José Serra à Presidência:
- Como não há consenso na base aliada, Fernando Henrique decidiu lançar seu candidato da maneira como ele governa: por medida provisória.

CONTRAPONTO

Governismo high-tech

O ministro dos Transportes, Alderico Lima, esteve na última quinta-feira em Tocantins para lançar, ao lado do governador Siqueira Campos (PFL), obras em rodovias. Campos é um dos mais fiéis aliados de FHC. Até hoje, por exemplo, não declarou apoio a Roseana Sarney (PFL).
Na véspera da viagem, uma equipe do ministério foi a Palmas para preparar o evento. Uma missão era a de evitar que o governo estadual "roubasse" a paternidade das obras. A equipe colocava no palanque faixas com símbolos do governo federal, quando foi interrompida pelo chefe do cerimonial:
- Não precisa de nada disso. Olha só o que o governador mandou instalar...
Ele apertou um botão e em segundos apareceu um painel de quatro metros com uma foto de FHC. Os funcionários do ministério guardaram suas pequenas faixas e foram embora.



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