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RORAIMA
Fazendeiros apoiariam ato
Índios fecharam acesso à reserva, segundo a PF
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Apoiados por fazendeiros, índios contrários à homologação da
reserva Raposa/Serra do Sol, em
Roraima, bloquearam os acessos
à área indígena, segundo a Polícia
Federal. A 160 km de Boa Vista,
barreiras de carro e madeiras fecharam as entradas da reserva por
Pacaraima, na rodovia estadual
202, Uiramutã e Normandia.
Na quinta passada, quando a PF
desocupou prédios públicos e estradas federais por ordem judicial, os índios contrários à demarcação não desmobilizaram suas
bases na reserva. Mas o acesso só
foi fechado completamente ontem, quando um reforço indígena
chegou aos pontos do bloqueio
para selecionar quem poderia entrar ou sair da área.
O superintendente da PF em
Roraima, delegado Ianê Linário
Leal, disse ontem que a situação é
bastante crítica e que a polícia só
pode intervir se o Ministério Público Federal considerar que o caso é da esfera federal. As estradas
bloqueadas são estaduais. Ele não
soube precisar quantos índios
participam dos bloqueios.
Por meio de telefone celular, o
índio Gilberto Macuxi, presidente
da Arikon (Associação Regional
Indígena do rios Kinô, Cotingo e
do Monte Roraima), disse que 14
tuxauas dirigem os bloqueios
-que têm, segundo ele, o objetivo e impedir a entrada de missionários e representantes de ONG's.
A PF de Roraima abriu ontem
dois inquéritos para investigar o
sequestro de um missionário e
dois padres que foram mantidos
reféns por índios, além da invasão
da sede da Funai (Fundação Nacional do Índio). Os dois casos
ocorreram na semana passada,
durante os protestos contra a homologação em área contínua da
Raposa/Serra do Sol.
Segundo a delegada Juliana Cavaleiro, os padres e os missionários prestarão depoimentos hoje.
Ela também vai ouvir, por meio
de carta precatório, sete estudantes do Centro de Animadores Paroquiais da Igreja de Santa Luzia,
de Manaus, que estavam no Surumu e presenciaram os sequestros.
Os estudantes, que chegaram
anteontem à Manaus, dizem que
os índios levaram R$ 3 mil deles.
Quanto à invasão da sede da Funai, Juliana Cavaleiro afirmou
que índios e rizicultores que organizaram os protestos serão ouvidos em depoimentos.
MS e PE
Em Mato Grosso do Sul, não
houve acordo ontem na reunião
entre o juiz federal Odilon de Oliveira e advogados dos produtores
rurais que tiveram fazendas invadidas por índios das etnias guarani e caiuá em Japorã. Oliveira informou que decidirá hoje se determina a desocupação das áreas.
Em Recife, pancararus protestaram contra a prisão de três índios.
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