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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Linha tênue
O Planalto está convicto de que ACM está por trás do caso do grampo ilegal na BA. Mas vai deixar o barco rolar. Não mexerá um dedo para salvá-lo nem botará gás na apuração. Quer, a todo custo, evitar problemas com o PFL no Congresso.

Sem provas
Apesar de ter certeza do envolvimento de ACM, o governo, com base nos dados disponíveis na PF, avalia que não há provas documentais que possam levá-lo à cassação. Seria preciso um testemunho forte como o de Regina Borges (violação do painel).

Machão baiano
Como ACM nega veementemente que tenha relação com o grampo ilegal de parlamentares e personalidades baianas, a pergunta que se fazia no Estado ontem era quem teve coragem para gravar os telefonemas da amiga do cacique-mor da Bahia.

Pela ordem
Procurador da Câmara, o deputado Luiz Antonio Fleury Filho foi questionado sobre o suposto envolvimento de ACM no grampo. Resposta: "Lupicínio Rodrigues já dizia que é preciso julgar para depois condenar".

Disco riscado
No seu discurso na abertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, Lula fez pela enésima vez um apelo ao "pacto social" e ao espírito de "mutirão". Novidade mesmo foi a história da jabuticabeira plantada pela primeira-dama no apartamento do presidente.

Filosofia de tribunal
Nelson Jobim soltou uma pérola em sessão do STF, transmitida pela TV Justiça, que tratava da alíquota zero do IPI. O ministro disse em sua exposição que "zero é um nada que existe".

Promessa cumprida
Álvaro Ribeiro Costa (Advocacia Geral) rompeu tradição de dez anos e exonerou funcionários que não são da carreira que ocupavam cargos de confiança. Diz que a escolha é "técnica".

Turma do pijama
Enquanto se discute a reforma da Previdência, 41 parlamentares já resolveram o seu problema. Aposentaram-se neste mês com base nas "regras de transição" do extinto Instituto de Previdência dos Congressistas. A média das aposentadorias é de R$ 6.714, para um tempo médio de contribuição de 16 anos.

Caçula da turma
O mais jovem aposentado entre os ex-senadores é Carlos Wilson, 52, que agora acumula o salário de presidente da Infraero. Com 16 anos de contribuição, aposentou-se com R$ 6.609. Também estão na lista, entre outros, Ademir Andrade, José Fogaça e Waldeck Ornélas.

Num passe de mágica
Os congressistas encontraram a "regra de transição" que Lula tanto procura. O IPC foi extinto em 99, mas lei permitiu que antigos beneficiários optassem entre sair do plano ou continuar a contribuir. Quem ficou pode se aposentar com um mínimo de 55 anos e oito de contribuição.

Missa
Será realizada hoje, às 11h30, na igreja do mosteiro de São Bento, no Rio, a missa de sétimo dia do empresário Manoel Francisco do Nascimento Brito, que comandou o "Jornal do Brasil" por cinco décadas.

Futuro incerto
Associações de magistrados ficaram descontentes com a volta da reforma do Judiciário a uma comissão do Senado. A aprovação do texto, que estava pronto para ser votado, passou a ser, segundo juízes, "imprevisível".

Visita à Folha
Osvaldo do Nascimento, presidente da Anap (Associação Nacional de Previdência Privada) e diretor-executivo do Banco Itaú, e Antonio Trindade, diretor da Anap e presidente do Unibanco AIG, visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço. Estavam acompanhados de Eduardo de Alcântara Machado, da Point Comunicação e Marketing.

TIROTEIO

De Domingos Leonelli, presidente do PSB-BA, sobre o programa de combate à fome:
- O governo tem ótimos publicitários, mas não está sendo um bom cliente na medida em que não cobra mais rigor. O nome Fome Zero é obviamente uma promessa exagerada.

CONTRAPONTO

Santo comício

O senador João Capiberibe (PSB) disse numa roda de amigos na semana passada que, na última campanha eleitoral, aprendeu na marra que político não deve nunca usar parábolas bíblicas em discursos públicos.
Pouco depois de deixar o governo do Amapá para disputar a eleição ao Senado, Capiberibe organizou um grande comício em Macapá, capital do Estado.
Do alto do palanque, respondendo a ataques de adversários, o hoje senador disse que todo governante acaba cometendo alguns erros ao enfrentar dificuldades administrativas e políticas. E professou:
- Francamente, quem nunca cometeu um erro que atire a primeira pedra.
Um bêbado que acompanhava o discurso do candidato do PSB não teve dúvidas: abaixou-se, pegou a primeira pedra que viu e a atirou no palanque. Por sorte, ninguém se machucou.


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