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TJ baiano levará caso de
juíza à Corregedoria
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O presidente do Tribunal de
Justiça da Bahia, Carlos Alberto
Dultra Cintra, afirmou ontem que
encaminhará o depoimento da
juíza Tereza Cristina Ribeiro, que
autorizou os pedidos para rastreamento telefônico de 126 pessoas na Bahia, à Corregedoria da
Justiça. A Corregedoria decidirá
se a juíza será investigada ou não.
Entre os que foram rastreados
estão o deputado Geddel Vieira
Lima (PMDB), o líder do PT na
Câmara, Nelson Pellegrino, e o
ex-deputado Benito Gama
(PMDB). Os três são adversários
políticos do senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL), que tem
sido apontado até agora como o
principal suspeito de ser o responsável pelos grampos realizados no ano passado.
"Acho que deveria haver mais
controle na liberação dos pedidos, mas a juíza confiou nas informações da Secretaria da Segurança Pública", disse Dultra Cintra.
"Se a Justiça não confiar na secretaria, estamos todos perdidos",
completou o desembargador.
Dultra Cintra disse também que o
Judiciário baiano pretende ser
mais rigoroso na liberação de pedidos de rastreamento telefônico.
"Vamos estudar uma fórmula
para dificultar as falsificações",
disse o presidente do TJ baiano.
Depoimento
Ontem à tarde, o delegado da
Polícia Federal Gesival Souza ouviu o depoimento da juíza Tereza
Ribeiro, em uma sala do Tribunal
de Justiça da Bahia.
O depoimento da magistrada
foi acompanhado pelo procurador da República André Luís Batista Neves. Até o fechamento desta edição, o depoimento ainda
não havia terminado.
Informalmente, a juíza disse ao
desembargador Dultra Cintra que
mandou quebrar os sigilos telefônicos para investigar a atuação de
uma quadrilha de sequestradores
que agia na região de Itapetinga
(561 quilômetros de Salvador).
Ao ser questionada sobre o número elevado de telefones rastreados, ela disse que atendeu apenas
à solicitação da Secretaria da Segurança Pública na Bahia, que
queria investigar "mais profundamente" todos os supostos integrantes da quadrilha.
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