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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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Há "todas as evidências" contra ACM, diz Pires

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Waldir Pires, chefe da Controladoria-Geral da União, reforçou ontem as acusações que colocam o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) como o principal suspeito pelos grampos realizados no ano passado a pedido da Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
Receoso de ter sido grampeado, o ministro pediu à Polícia Federal uma investigação para saber se também foi alvo da quebra de sigilo telefônico.
Ao ser interrogado se concordava com a tese de que ACM seria o principal suspeito, o ministro foi enfático. "Há todas as evidências, todos os indícios. Consequentemente é preciso aprofundar a investigação para identificar mesmo [se ACM é culpado]", afirmou. Waldir Pires disse que solicitou como "cidadão", e não como "ministro", a audiência para tratar do assunto com o diretor da PF, Paulo Lacerda.
O ministro entregou um requerimento formal ao presidente da PF onde listou todos os telefones que usou durante o período em que os grampos foram realizados. Não levou, porém, nenhuma pista concreta ou sugestão para as investigações da PF.
Waldir Pires se referiu ao episódio como uma "invasão inadmissível dos direitos dos cidadãos" e informou que encaminhou também cópia do requerimento ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Inimigo político do senador pefelista, o ministro-chefe da Controladoria Geral da União cobrou que as investigações avancem até "as últimas consequências".
Ao deixar a sede da Polícia Federal, Waldir Pires fez questão de lembrar o caso da violação do painel de votação do Senado, ocorrido em 2000 e cuja revelação, em 2001, levou ACM a renunciar de seu mandato.
"Esse crime [a violação do painel do Senado] ainda está sendo objetivo de processo criminal e já surge essa afronta [os grampos realizados pelo governo da Bahia]", afirmou.
A lista dos grampeados ilegalmente inclui, entre outros, o ex-deputado Benito Gama (PMDB-BA), o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o atual líder do PT, Nelson Pellegrino.


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