|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO SILVEIRINHA
Suspeito de corrupção diz à CPI que ex-governador o indicou para presidir órgão na gestão de Rosinha
Acusado afirma que Garotinho o convidou para cargo
FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado de comandar o suposto esquema de corrupção que teria enviado para a Suíça US$ 36
milhões, Rodrigo Silveirinha Corrêa disse ontem que o ex-governador Anthony Garotinho (PSB)
convidou-o para dirigir o Codin
(Conselho de Desenvolvimento
Industrial) na gestão da governadora Rosinha Matheus (PSB).
Silveirinha foi subsecretário-adjunto de Administração Tributária da Secretaria de Fazenda na
gestão de Garotinho (1999 a março de 2002). Ele depôs ontem na
CPI do "Propinoduto", criada pela Assembléia Legislativa.
Disse que, um dia antes da divulgação, pela revista "Isto É", das
supostas contas na Suíça, o ex-governador telefonou para ele. "Garotinho me ligou e manifestou
preocupação com a repercussão
que o caso poderia ter", afirmou.
O Codin é subordinado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e analisa benefícios fiscais a
empresas interessadas em investir
no Estado. Silveirinha chegou a
ser nomeado presidente do órgão,
em janeiro, mas acabou exonerado uma semana depois.
Também ouvido ontem pela
CPI, o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Fazenda em 99, Lúcio
Manoel Picanço, disse ainda que
os nomes para os cargos de segundo escalão, como subsecretarias, superintendências e inspetorias, eram decididos em reuniões
entre o então secretário de Fazenda, Carlos Sasse, e Garotinho.
"Os nomes saíam de reuniões
do secretário com o governador,
das quais eu não participava. Eu
creio que era no Palácio."
Essas versões contradizem o ex-governador, que se exime de responsabilidade pelas indicações de
Silveirinha para cargos públicos.
Além de Silveirinha e Picanço,
também foram ouvidos os fiscais
Carlos Eduardo Pereira Ramos,
Rômulo Gonçalves e Júlio Cesar
Nogueira, todos sob investigação.
Os cinco foram unânimes em
afirmar que o dinheiro depositado na Suíça não lhes pertence,
mas se recusaram a assinar documentos abrindo mão dele. Disseram que cometeriam "falsidade
ideológica" se abrissem mão de
algo que não é deles.
Eles negaram ter feito remessas
para a Suíça e disseram que não
sabem como os dólares foram parar em contas abertas em nome
deles. Gonçalves, Picanço e Nogueira, porém, confirmaram que
são seus os números de duas
identidades que aparecem no registro das contas entregue pela
Procuradoria da Suíça ao Ministério Público Federal.
Texto Anterior: No Ar - Nelson de Sá: Os "condes" Próximo Texto: Outro lado: Indicação foi da equipe de transição, diz ex-governador Índice
|