São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

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Após Bush, EUA mandam outros enviados ao Brasil

País receberá ao menos mais dois membros do primeiro escalão do governo

Relação do país com o Brasil é do tipo que os EUA "têm com muito poucos países do mundo, de agenda global", afirma norte-americano


SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O Brasil será um dos principais destinos de autoridades do governo norte-americano em 2007. Quem afirma é o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Nicholas Burns, que acaba de voltar de viagem por Brasil e Argentina.
O número três da chancelaria norte-americana falava da viagem que o presidente dos EUA, George W. Bush, faz a partir de 8 de março a cinco países da América Latina, com início em São Paulo, onde se encontra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vocês vão ver muitas outras visitas do gabinete", disse ontem a jornalistas reunidos no Departamento de Estado.
Segundo Burns, Bush virá junto com a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e sua visita deve ser seguida pela viagem ao Brasil do secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff, e do secretário da Saúde, Mike Leavitt.
Após dizer, em tom de brincadeira, que autoridades locais brincaram com ele ao dizer que ele chegou uma semana adiantado, referindo-se ao Carnaval, Burns informou que pretende voltar algumas vezes ao país durante o ano.
A "blitzkrieg" do alto comando dos EUA ao país não ocorre pelo que se chama de perda de terreno dos EUA na região para países como a China nem à tentativa de neutralizar o venezuelano Hugo Chávez, afirmou Burns, mas porque "2007 é o ano do compromisso dos EUA com a América Latina", disse.
Tal compromisso não ocorreu antes pelo número de países que passaram por eleições em 2006, explicou o diplomata. A relação com o Brasil, disse ele, é do tipo que os EUA "têm com muito poucos países do mundo, de agenda global" -os outros seriam Japão e Índia.
A ofensiva norte-americana -estiveram no país nos últimos dias Burns, Thomas Shannon, responsável pela América Latina do Departamento de Estado, e o procurador-geral, Alberto Gonzales- já rende comentários irônicos na imprensa local. Um colunista do "Washington Post" chamou a viagem de Gonzales de "curiosamente desimportante".
Burns não deu a agenda específica do encontro dos dois presidentes, mas adiantou que o "grande tema" será mesmo uma parceria entre os dois países para produção e distribuição regional do etanol e o investimento em pesquisas.
Bush pode não ir a bordo do avião presidencial AirForce One, que passa por reparos, mas sim no AirForce Two, usado pelo vice, Dick Cheney.
Indagado sobre a ausência da Argentina no roteiro -Bush visita Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México-, Burns disse que a agenda foi uma combinação de países que fizeram convites (como o Brasil) com países aos quais os EUA deviam uma visita (como o México). Segundo ele, as relações com a Argentina "vêm melhorando muito."


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