São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Negócios à vista

Com o avanço iminente do PMDB sobre o setor elétrico, Eduardo Cunha aproveitou a chance de relatar uma medida provisória sobre créditos a Estados para incluir um "contrabando" que amplia o poder da Eletrobrás. Aprovada pela Câmara, a emenda do deputado peemedebista permite que a estatal e suas subsidiárias constituam consórcios "com ou sem poder de controle, no Brasil ou no exterior, que se destinem à exploração de produção ou transmissão de energia".
O PSOL reagiu, sob o argumento de que a emenda foge ao escopo da MP, mas Arlindo Chinaglia (PT-SP) mandou tocar o barco. Como disse recentemente o próprio Cunha, "administrar aliado dá mais trabalho ao governo do que administrar a oposição".

O pior. A Controladoria Geral da União deverá apontar a locação continuada de veículos sem licitação como a principal irregularidade cometida por Matilde Ribeiro ao usar seu cartão corporativo.

Pátio cheio. A Abin adquiriu 204 novos veículos, ao custo total de R$ 9 milhões. Trata-se da maior compra da história da agência.

Blefe. A hesitação do PSDB diante da CPI dos cartões corporativos disseminou no Senado a percepção de que o partido queria esbravejar por algumas semanas, mas contava com o veto governista à investigação. Agora, terá de decidir se corre ou se fica.

Truque básico. De um cardeal tucano, sobre a barafunda em que o partido se meteu no caso dos cartões: "É sempre assim. Eles põem o Fernando Henrique no meio, e nós nos enrolamos todos".

Tenho dito. Líder do governo na Assembléia paulista, Barros Munhoz (PSDB) foi ontem à tribuna defender o enterro da CPI dos cartões estaduais. "Não tem que ter CPI nem aqui nem em Brasília, onde há conchavo para transformar tudo em pizza".

Mesmo barco. Muitos dos tucanos que votaram ontem em José Aníbal para a liderança do partido na Câmara vão disputar vaga de prefeito nas eleições de outubro. O deputado defende abertamente a candidatura de Geraldo Alckmin na capital paulista.

Explica-se. O novo líder do PSDB na Câmara é o maior cabo eleitoral de Alckmin-2008 porque espera tirar o ex-governador do caminho e emplacar a candidatura Anibal-2010, caso José Serra deixe o governo para disputar a Presidência da República.

Depende de nós. Advogados da União em greve aproveitaram o fato de o secretário-geral da Fazenda, Nelson Machado, ter recebido R$ 18 mil indevidamente para fazer piquete na porta do ministério. Megafone em punho, gritavam que "quem recebe recursos ilegais" deveria lembrar que ainda precisará deles, advogados públicos.

Recolocação. Afastada por Garibaldi Alves da chefia de gabinete da presidência do Senado, onde pontificou durante anos, Marta Lyra não ficou no sereno. Por indicação de José Sarney, já virou assessora parlamentar do Ministério das Minas e Energia, agora ocupado por Edison Lobão.

Nada feito. O Superior Tribunal de Justiça rejeitou de antemão uma lista prévia, elaborada pela Ordem dos Advogados do Brasil, com a indicação de seis advogados que poderiam ocupar uma vaga na corte. É a primeira vez que ocorre um veto de tamanho alcance. Agora, a OAB terá de submeter novos nomes ao crivo dos ministros.

Taxímetro. Do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ao constatar que a sessão de anteontem havia se estendido dez minutos além das 19h, horário a partir do qual os funcionários da Casa passam a receber remuneração extra: "Esses discursos estão saindo muito caros!".

Tiroteio

"O deputado só precisa explicar, porque eu não sei, qual é a diferença entre uma CPI chapa-branca e uma CPI que não aconteceu."


Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO) sobre o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), na opinião de quem uma investigação a respeito do uso de cartões corporativos, mesmo que totalmente controlada pela base governista, "é melhor do que nada".

Contraponto

Dinheiro ou cheque

Confirmada sua vitória na disputa pela liderança da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, José Aníbal discursou diante dos colegas e pediu que a cerimônia em que Antonio Carlos Pannunzio lhe transmitirá oficialmente o cargo seja realizada amanhã.
-É para dar tempo de agradecer e conversar com cada um dos correligionários-, explicou o novo líder.
Luiz Paulo Vellozo Lucas resolveu fazer graça:
-Até porque hoje você tem que pagar o chope...
Aníbal aproveitou a deixa:
-Pode deixar, hoje é por minha conta. E garanto que não vai ser com cartão corporativo!


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