|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Negócios à vista
Com o avanço iminente do PMDB sobre o setor elétrico, Eduardo Cunha aproveitou a chance de relatar
uma medida provisória sobre créditos a Estados para
incluir um "contrabando" que amplia o poder da Eletrobrás. Aprovada pela Câmara, a emenda do deputado peemedebista permite que a estatal e suas subsidiárias constituam consórcios "com ou sem poder de
controle, no Brasil ou no exterior, que se destinem à
exploração de produção ou transmissão de energia".
O PSOL reagiu, sob o argumento de que a emenda
foge ao escopo da MP, mas Arlindo Chinaglia (PT-SP)
mandou tocar o barco. Como disse recentemente o
próprio Cunha, "administrar aliado dá mais trabalho
ao governo do que administrar a oposição".
O pior. A Controladoria Geral da União deverá apontar a
locação continuada de veículos sem licitação como a principal irregularidade cometida
por Matilde Ribeiro ao usar
seu cartão corporativo.
Pátio cheio. A Abin adquiriu 204 novos veículos, ao
custo total de R$ 9 milhões.
Trata-se da maior compra da
história da agência.
Blefe. A hesitação do PSDB
diante da CPI dos cartões corporativos disseminou no Senado a percepção de que o
partido queria esbravejar por
algumas semanas, mas contava com o veto governista à investigação. Agora, terá de decidir se corre ou se fica.
Truque básico. De um
cardeal tucano, sobre a barafunda em que o partido se meteu no caso dos cartões: "É
sempre assim. Eles põem o
Fernando Henrique no meio,
e nós nos enrolamos todos".
Tenho dito. Líder do governo na Assembléia paulista,
Barros Munhoz (PSDB) foi
ontem à tribuna defender o
enterro da CPI dos cartões estaduais. "Não tem que ter CPI
nem aqui nem em Brasília,
onde há conchavo para transformar tudo em pizza".
Mesmo barco. Muitos dos
tucanos que votaram ontem
em José Aníbal para a liderança do partido na Câmara vão
disputar vaga de prefeito nas
eleições de outubro. O deputado defende abertamente a
candidatura de Geraldo Alckmin na capital paulista.
Explica-se. O novo líder do
PSDB na Câmara é o maior
cabo eleitoral de Alckmin-2008 porque espera tirar o ex-governador do caminho e emplacar a candidatura Anibal-2010, caso José Serra deixe o
governo para disputar a Presidência da República.
Depende de nós. Advogados da União em greve
aproveitaram o fato de o secretário-geral da Fazenda,
Nelson Machado, ter recebido
R$ 18 mil indevidamente para
fazer piquete na porta do ministério. Megafone em punho,
gritavam que "quem recebe
recursos ilegais" deveria lembrar que ainda precisará deles, advogados públicos.
Recolocação. Afastada por
Garibaldi Alves da chefia de
gabinete da presidência do
Senado, onde pontificou durante anos, Marta Lyra não ficou no sereno. Por indicação
de José Sarney, já virou assessora parlamentar do Ministério das Minas e Energia, agora
ocupado por Edison Lobão.
Nada feito. O Superior
Tribunal de Justiça rejeitou
de antemão uma lista prévia,
elaborada pela Ordem dos
Advogados do Brasil, com a
indicação de seis advogados
que poderiam ocupar uma vaga na corte. É a primeira vez
que ocorre um veto de tamanho alcance. Agora, a OAB terá de submeter novos nomes
ao crivo dos ministros.
Taxímetro. Do presidente
da Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), ao constatar que a
sessão de anteontem havia se
estendido dez minutos além
das 19h, horário a partir do
qual os funcionários da Casa
passam a receber remuneração extra: "Esses discursos estão saindo muito caros!".
Tiroteio
"O deputado só precisa explicar, porque eu não
sei, qual é a diferença entre uma CPI
chapa-branca e uma CPI que não aconteceu."
Do senador DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO) sobre o deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP), na opinião de quem uma investigação
a respeito do uso de cartões corporativos, mesmo que totalmente
controlada pela base governista, "é melhor do que nada".
Contraponto
Dinheiro ou cheque
Confirmada sua vitória na disputa pela liderança da
bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, José Aníbal
discursou diante dos colegas e pediu que a cerimônia em
que Antonio Carlos Pannunzio lhe transmitirá oficialmente o cargo seja realizada amanhã.
-É para dar tempo de agradecer e conversar com cada
um dos correligionários-, explicou o novo líder.
Luiz Paulo Vellozo Lucas resolveu fazer graça:
-Até porque hoje você tem que pagar o chope...
Aníbal aproveitou a deixa:
-Pode deixar, hoje é por minha conta. E garanto que
não vai ser com cartão corporativo!
Próximo Texto: TCU diz que há notas frias em viagem do presidente Índice
|