São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010 |
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Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Divisão de tarefas
No roteiro concebido pelo Planalto para o próximo
sábado, quando Dilma Rousseff será aclamada ao final do congresso do PT, haverá um descolamento entre os discursos da candidata e do partido. Enquanto
este, pela voz da nova direção, falará do futuro, ela se
concentrará no que foi realizado por Lula, no esforço
para se apresentar como legítima e única opção de
continuidade. Dilma não entrará em especificidades
sobre o que pretende fazer se for eleita -o comando
da campanha considera que isso é assunto para mais
adiante-, mas lançará na praça o mote de que, como o
atual governo "fez muito" por crianças e idosos, a
prioridade agora serão adolescentes e jovens. Maratona. Do próximo sábado até o final de março, quando deixará a Casa Civil, Dilma protagonizará, além de uma bateria de inaugurações, pelo menos três grandes eventos do governo: os lançamentos do PAC 2, do projeto da CLS (Consolidação das Leis Sociais) e do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). Meu querido. Posto que o transplante de Ciro Gomes (PSB) para São Paulo fica a cada dia mais improvável, Lula deverá ter em breve uma conversa com Aloizio Mercadante (PT), atualmente seu plano B para a disputa do Palácio dos Bandeirantes. O senador, que em princípio gostaria de se reeleger, está, segundo os mais próximos, "apavorado". Custo e benefício. Com José Roberto Arruda preso e o alcance do escândalo em Brasília ainda em aberto, gente graúda no PSDB se pergunta se vale mesmo a pena investir na aliança eleitoral com o nanico PSC. Um acréscimo no tempo de televisão sempre ajuda, mas agora ficou mais perigoso pôr José Serra no palanque de Joaquim Roriz. Terceira via. O Planalto avalia que o PT só terá condições de se beneficiar eleitoralmente da terra arrasada na política do Distrito Federal se apostar num "nome novo". Ou seja: nem Agnelo Queiroz, nem Geraldo Magela. Cineminha. Delegados da Polícia Federal tem feito sessões internas nas quais são exibidos os melhores momentos das produções do gravador-geral Durval Barbosa. É só folia! Não bastasse o Arrudagate, o Carnaval em Brasília terá um trio elétrico todo decorado com o nome de Agaciel Maia. Diretor-geral degolado no escândalo do Senado, ele agora tem um blog e pretende se candidatar a deputado pelo nanico PTC. Excluídas. Para espanto de pesquisadores de USP, Unicamp e Unesp, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) não incluiu representante de nenhuma das universidades públicas de São Paulo na Comissão de Preparação do Plano Nacional de Pós-graduação, que deverá funcionar nos próximos dez anos. As três respondem por mais da metade da produção científica brasileira e pela maior parte dos doutorados e mestrados. Não foi... Presidente da agência federal, o carioca Jorge Guimarães recuou diante da reação negativa. Desculpou-se com o secretário de Ensino Superior de SP, Carlos Vogt, a quem pediu indicações para a comissão. ...por mal. Segundo Guimarães, USP, Unicamp e Unesp ficaram de fora porque o prazo para formar a comissão era exíguo e ele usou nomes de que já dispunha. "Estava lutando contra o relógio. Agora está tudo resolvido." Memória. Não é a primeira polêmica a envolver o bioquímico Guimarães. Em 2009, ele criticou o modelo de financiamento de bolsas no exterior. "Continuaremos a mandar alunos para formar doutores num modelo que faliu o mundo? Esse modelo se mostrou totalmente anticientífico, para dizer o mínimo."
Contemporâneos. Os generais Raymundo Nonato de
Cerqueira Filho, que criticou
a presença de homossexuais
nas Forças Armadas, e Maynard Marques de Santa Rosa,
exonerado após chamar de
"comissão da calúnia" a comissão da verdade que o governo quer criar para investigar crimes da ditadura, formaram-se em 1967 na Academia das Agulhas Negras. com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER Tiroteio "O Lula toma as rédeas do debate por saber que sua candidata, de tão fraca, não tem condições de responder." Do deputado LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS (PSDB-ES) sobre Lula, segundo quem Dilma Rousseff não deveria responder às críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para "não baixar o nível". Contraponto Lei seca
Ao defender sua
agenda carregada de
inaugurações, Lula
disse na sexta em Goiânia que a
oposição pode reclamar o quanto quiser,
mas ele manterá o ritmo: |
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