São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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PAINEL

Temas proibidos
Pelo menos dois ministros foram procurados por Lula para receber a instrução de não abrir a boca sobre dois assuntos: política econômica e José Dirceu. O ideal, disse o presidente, é que restrinjam as opiniões às suas respectivas áreas de atuação.

Sem estranhos
Escaldado pelas revelações sobre o trânsito desimpedido de Delúbio Soares na Esplanada, o presidente também pediu aos ministros que evitem receber em seus gabinetes dirigentes petistas e outros personagens que possam dar margem a controvérsia, como Zeca Dirceu.

Melhores amigos
Depois de conversar longamente com Antonio Palocci na tarde de sexta-feira, Jaques Wagner acredita ter dissipado o mal-estar entre ambos, causado por sua recomendação pública para que o colega da Fazenda aceitasse melhor as críticas.

Defesa vazada
José Sarney se autodescreve como goleiro do governo Lula no Senado. Reclama apenas de ser um arqueiro desprotegido, porque a zaga petista, encabeçada por Aloizio Mercadante, só sabe jogar no ataque.

Assunto encerrado
O PSDB fechará questão contra o projeto que permitirá a reeleição de Sarney no Senado e de João Paulo Cunha na Câmara.

Em branco
Não se registrou participação de Miro Teixeira nas negociações que levaram à aprovação de uma série de medidas provisórias na Câmara na semana passada. Seus dias na liderança do governo estão contados.

Acerto mineiro
Proposta de Itamar Franco a Aécio Neves: o ex-presidente disputa o Senado em 2006 e não cria obstáculos à reeleição do governador tucano. Em troca, pede que o PSDB não lance Custódio de Mattos em Juiz de Fora.

Túnel do tempo 1
Talvez seja mesmo definitiva a recusa de José Serra em concorrer à Prefeitura de São Paulo. Registre-se, no entanto, que em 1996 o tucano chegou a anunciar que não seria candidato. Quatro dias depois entrou na disputa.

Túnel do tempo 2
Serra, em 24 de maio de 1996: "Seria uma honra ser prefeito, mas o momento é de ficar [no governo federal]". No dia 28: "Decidi sair da torcida, ir para o campo e ganhar a partida".

Trabalho de base
Noite sim, outra também, Saulo de Castro Abreu Filho tem visitado diretórios zonais do PSDB paulistano para falar e ouvir. Se virar mesmo candidato a prefeito, o secretário da Segurança quer evitar a imagem de delfim ungido pelo governador.

Direto do arquivo
No que diz respeito ao front tucano, o PT paulistano parece convencido do desfecho "ou Serra, ou Saulo". Para a segunda hipótese, prepara a ressurreição de episódios como o da Operação Castelinho e o da morte de um dentista pela Polícia Militar na zona norte da capital.

Cenários distintos
Os adversários não darão pelota se o candidato do PTB em São Paulo for Ricardo Izar. A reação será diferente se o escolhido for Arnaldo Faria de Sá.

Pedra no sapato
Formuladores de diferentes campanhas reconhecem que Faria de Sá, ex-secretário de Pitta, tem "recall" no conjunto do eleitorado e forte base entre aposentados. Não é candidato para ganhar, mas pode atrapalhar a vida de diversos "anti-Marta".

RSVP
Começaram a ser distribuídos os disputados convites para a inauguração, no próximo dia 23 em São Paulo, do instituto que levará o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

TIROTEIO

Do líder do PSDB na Câmara, deputado Custódio de Mattos (MG), sobre a estratégia governista para impedir a instalação de CPIs no Congresso:
-O PT já aparelhou o governo, mas não pode agora aparelhar o Congresso. Isso é uma ameaça à democracia.

CONTRAPONTO

Piadas da estação

A crise política iniciada com as revelações sobre o ex-subchefe da Casa Civil Waldomiro Diniz transformou os deputados petistas nas maiores vítimas dos piadistas de plantão na Câmara.
O deputado fluminense Chico Alencar, da ala esquerda do partido, conta que estava no plenário, dias atrás, quando foi abordado por um grupo de colegas tucanos e pefelistas:
-Não se preocupe, Chico, já está tudo serenando.
O verbo usado pelos oposicionistas foi referência a Marcelo Sereno, outro assessor de José Dirceu colocado na berlinda.
Rindo, o parlamentar petista já deixava o plenário quando ouviu a segunda provocação:
-Preciso falar com o Waldomiro, você sabe onde ele está?
Diante do espanto de Alencar, os colegas explicaram:
-Calma, não é o Diniz, não. É apenas o Miro, Waldomiro Teixeira, líder do governo.


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