São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Saulo critica PT, diz ter perfil executivo e afirma que seria um desafio "pegar" uma cidade como São Paulo
"Nunca defendi tese da Rota na rua", diz secretário de Alckmin

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, diz que seu discurso tem como objetivo intimidar "criminosos, não pessoas de bem ".
Promotor de Justiça, ele entrou para o governo do Estado em 1995, pelas mãos do ex-secretário de Segurança Marco Vinicio Petrelluzzi. Respondeu pela Corregedoria da Administração e, em 1998, na campanha de reeleição de Mário Covas, foi o coordenador-geral do programa de Gestão e Planejamento.
Assumiu a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) em janeiro de 2001 e depois a Secretaria da Segurança.
Leia trechos da entrevista que ele concedeu à Folha:

Por que o senhor quer ser prefeito de São Paulo?
Saulo de Castro Abreu Filho -
Primeiro pelo desafio, pegar uma cidade como São Paulo. Eu que gosto dessa área de gestão pública, esse perfil mais executivo, que me dá prazer. Eu não teria muito prazer na área Legislativa.

Folha - O ex-secretário José Afonso da Silva criticou sua gestão...
Saulo -
Ele pegou uma situação e a entregou melhor do que havia recebido para o Marco Vinicio Petrelluzzi, que entregou melhor do que havia recebido para mim. A gestão do Zé Afonso teve dificuldades inclusive com o fato de imprensa, a favela Naval. São situações que a secretaria tem que conviver. A gente lida com crime. Agora, o estilo... O recado que o secretário tem que dar é para o criminoso, não para a pessoa de bem. Para ela não vai dizer nada aquele recado. Só temos uma equação, temos que lidar com a impunidade. Nós temos polícia. A polícia faz o quê? Prende. Nós temos 126 mil presos. A gente até faz ações sociais porque os outros não fazem.

Folha - O sr. não teme que sua área seja vulnerável demais em uma campanha?
Saulo -
Eu acho que o PT não vai entrar no tema segurança porque eles não entendem bem essa questão, eles confundem os conceitos. O [José] Genoino [presidente do PT], que se diz o maior especialista do PT no assunto, fala que passou 15 anos da vida estudando a questão de segurança, e você lembra praticamente que ele adotou o discurso do Maluf, que que era o Rota na rua. Foi muito criticado. Então, Rota na rua por Rota na rua, Maluf está muito próximo do PT. Nós nunca defendemos Rota na rua, no sentido subliminar do conceito, que é uma polícia violenta.


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