São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2006

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MST invade terreno de empresa na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Cerca de 200 famílias de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada de ontem um terreno da estação de bombeamento de água do Projeto Salitre, que pertence à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), em Juazeiro (500 km de Salvador).
Eles reivindicam o assentamento de outros 3.200 sem-terra e cobram do governo federal mais agilidade na distribuição de lotes. No ano passado, os sem-terra também invadiram a empresa, mas deixaram o local depois de uma negociação.
Com lonas, panelas e colchonetes, os primeiros sem-terra chegaram à empresa por volta das 6h e foram direto para a área da estação, onde existem equipamentos elétricos e hidráulicos considerados perigosos pelos técnicos da Codevasf. Não houve resistência à invasão -apenas dois vigilantes estavam de plantão. Segundo o MST, pelo menos mais 1.100 famílias devem chegar ao local nas próximas 48 horas.
O superintende da Codevasf, Alcides Modesto, disse que pretende dialogar com os sem-terra.
Em Campo Erê (658 km de Florianópolis), cerca de 300 pessoas ligadas ao MST invadiram anteontem uma propriedade rural.
De acordo com a PM, houve confronto entre os fazendeiros e os integrantes do movimento. A situação já foi controlada.
A rodovia SC-473 chegou a ser bloqueada por fazendeiros da região durante a manhã em protesto contra as ações do MST.
Segundo a PM, a fazenda Linha Agroisa, com 700 hectares, possui plantação de soja. O Incra atesta que a propriedade é produtiva. O coordenador estadual do MST, Álvaro Santin, diz, no entanto, que a fazenda não cumpre sua função social e que há mais de 20 anos é arrendada. A reportagem não conseguiu localizar o dono.
A PM apreendeu seis facões, duas facas e uma espingarda calibre 36 em veículos que levaram os trabalhadores ao local.
No Maranhão, integrantes do MST invadiram na madrugada de sábado a fazenda Cantanhede, em Matões do Norte (152 km de São Luís). Cerca de 400 pessoas estão acampadas na área. A propriedade tem 8.500 hectares.
Ontem à tarde, o Incra estava negociando a retirada dos invasores para uma outra área que está em processo de desapropriação.


Colaboraram THIAGO REIS e SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha


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