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MST invade terreno de empresa na BA
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Cerca de 200 famílias de integrantes do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
invadiram na madrugada de ontem um terreno da estação de
bombeamento de água do Projeto
Salitre, que pertence à Codevasf
(Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), em
Juazeiro (500 km de Salvador).
Eles reivindicam o assentamento de outros 3.200 sem-terra e cobram do governo federal mais
agilidade na distribuição de lotes.
No ano passado, os sem-terra
também invadiram a empresa,
mas deixaram o local depois de
uma negociação.
Com lonas, panelas e colchonetes, os primeiros sem-terra chegaram à empresa por volta das 6h e
foram direto para a área da estação, onde existem equipamentos
elétricos e hidráulicos considerados perigosos pelos técnicos da
Codevasf. Não houve resistência à
invasão -apenas dois vigilantes
estavam de plantão. Segundo o
MST, pelo menos mais 1.100 famílias devem chegar ao local nas
próximas 48 horas.
O superintende da Codevasf,
Alcides Modesto, disse que pretende dialogar com os sem-terra.
Em Campo Erê (658 km de Florianópolis), cerca de 300 pessoas
ligadas ao MST invadiram anteontem uma propriedade rural.
De acordo com a PM, houve
confronto entre os fazendeiros e
os integrantes do movimento. A
situação já foi controlada.
A rodovia SC-473 chegou a ser
bloqueada por fazendeiros da região durante a manhã em protesto contra as ações do MST.
Segundo a PM, a fazenda Linha
Agroisa, com 700 hectares, possui
plantação de soja. O Incra atesta
que a propriedade é produtiva. O
coordenador estadual do MST,
Álvaro Santin, diz, no entanto,
que a fazenda não cumpre sua
função social e que há mais de 20
anos é arrendada. A reportagem
não conseguiu localizar o dono.
A PM apreendeu seis facões,
duas facas e uma espingarda calibre 36 em veículos que levaram os
trabalhadores ao local.
No Maranhão, integrantes do
MST invadiram na madrugada de
sábado a fazenda Cantanhede, em
Matões do Norte (152 km de São
Luís). Cerca de 400 pessoas estão
acampadas na área. A propriedade tem 8.500 hectares.
Ontem à tarde, o Incra estava
negociando a retirada dos invasores para uma outra área que está
em processo de desapropriação.
Colaboraram THIAGO REIS e SÍLVIA
FREIRE, da Agência Folha
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