São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O filho é teu

Enquanto o PAC tem pai e mãe, o Conselho Nacional de Assistência Social, surpreendido por uma operação da PF que prendeu seis pessoas a ele ligadas, caminha para a orfandade dentro do governo. Para falar sobre o caso -um esquema de fraudes na emissão de certificado de filantropia a entidades- foi escalado ontem o ministro Luiz Marinho (Previdência).
A Lei nº 8.742, porém, vincula o conselho diretamente ao gabinete de Patrus Ananias, pré-candidato à sucessão de Lula que anteontem festejou com pompa os quatro anos de sua pasta. Para o atual presidente do órgão, Silvio Iung, não resta dúvida: "Estou tentando falar com o Ministério do Desenvolvimento Social, que é o órgão ao qual somos vinculados".

Caneta na mão. A operação da PF ocorreu às vésperas da próxima reunião do conselho, marcada para segunda-feira. Entre os itens da pauta, estava prevista a deliberação sobre nada menos que 232 processos de entidades interessadas em obter certificados de filantropia -e assim deixar de recolher impostos.

Eu avisei. Citado na investigação, Silvio Iung diz que havia alertado a PF depois de um e-mail suspeito ir "parar em caixa postal diferente da que deveria". "A ação não foi surpresa, o que surpreendeu foi citarem o meu nome."

Plantada. Condoleezza Rice esperou quase 15 minutos para ser recebida por Lula, que conversava com o ministro José Múcio e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) quando a secretária de Estado dos EUA chegou ontem ao Planalto. Como a ante-sala presidencial estava lotada, ela ficou no mezzanino do palácio, à mercê dos fotógrafos.

Academia. Na inauguração da Escola Municipal Gilda Rocha de Mello e Souza, hoje em Araraquara (SP), Lula reencontrará intelectuais ligados ao PT. A homenagem à ensaísta, que foi casada com Antonio Candido e morreu em 2005, deve reunir, entre outros, a filósofa Marilena Chauí e a cientista política Maria Victória Benevides.

Vai que é tua. No encontro que teve ontem com Marta Suplicy, Lula lhe prometeu "100% de apoio" na esperada candidatura em São Paulo.

Força-tarefa. Os ministros gaúchos Tarso Genro e Dilma Rousseff têm agenda em Porto Alegre hoje, antevéspera da escolha do candidato do PT à prefeitura. Ele fará reunião sobre o Pronasci. Ela apresentará balanço do PAC. Ambos apóiam Miguel Rossetto, que enfrentará a deputada Maria do Rosário na prévia.

Renânia 1. Renan e Verônica Calheiros estampam a capa da "Folha da Barra", revista do município alagoano de Barra de São Miguel, onde o senador tem casa. São 42 páginas com 132 fotos. Em "entrevista exclusiva", o peemedebista fala pela primeira vez da crise que o derrubou da presidência do Senado.

Renânia 2. A entrevista tem dois alvos: o governo do tucano Téo Vilela -embora o "amigo" seja pessoalmente poupado- e a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL), objeto de quatro perguntas. Renan chama a adversária de "taturana mãe", acusa-a de ter feito "coisas impublicáveis" e de ser "uma pessoa do mal".

Espuma. A oposição ainda aposta numa chuva de requerimentos que justifique a criação de uma sub-relatoria na CPI dos Cartões Corporativos para filtrar convocações e levantar dados sobre quebras de sigilo e documentos solicitados. A nova lista tem 134 pedidos, a maioria relacionada a sacadores do Executivo.

Visita à Folha. Paulo Markun, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV Cultura), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Júlio Moreno, coordenador do Núcleo de Jornalismo, e Denise Pragana, gerente de Comunicação.

Tiroteio

"Quando ele tinha poder no PT, não via problema nenhum em ficar numa sala do Palácio do Planalto "carimbando" a liberação de cargos e verbas."


Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre Silvio Pereira, que, segundo seu advogado, não quer "passar o dia batendo carimbo" como serviço comunitário para cumprir o acordo com a Justiça Federal.

Contraponto

Só pensa naquilo

A comitiva que acompanhou Lula na terça-feira a Dianópolis (TO) incluiu Geddel Vieira Lima, pois estão sob o guarda-chuva de sua pasta, a da Integração Nacional, as obras que ali seriam inauguradas -uma barragem e parte de um projeto de irrigação. Como de hábito nesses eventos, em dado momento os políticos se puseram a saudar:
-Viva o Tocantins! Viva o Tocantins!
Todos menos o ministro, que se confundiu e gritou:
-Viva a Bahia!
Rindo, Lula virou-se para Geddel, que trabalha para eleger um exército de prefeitos em seu Estado, e aconselhou:
-Esquece um pouco da Bahia... Pelo menos aqui!


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