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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
O filho é teu
Enquanto o PAC tem pai e mãe, o Conselho Nacional de Assistência Social, surpreendido por uma operação da PF que prendeu seis pessoas a ele ligadas, caminha para a orfandade dentro do governo. Para falar
sobre o caso -um esquema de fraudes na emissão de
certificado de filantropia a entidades- foi escalado
ontem o ministro Luiz Marinho (Previdência).
A Lei nº 8.742, porém, vincula o conselho diretamente ao gabinete de Patrus Ananias, pré-candidato à
sucessão de Lula que anteontem festejou com pompa
os quatro anos de sua pasta. Para o atual presidente do
órgão, Silvio Iung, não resta dúvida: "Estou tentando
falar com o Ministério do Desenvolvimento Social,
que é o órgão ao qual somos vinculados".
Caneta na mão. A operação da PF ocorreu às vésperas
da próxima reunião do conselho, marcada para segunda-feira. Entre os itens da pauta,
estava prevista a deliberação
sobre nada menos que 232
processos de entidades interessadas em obter certificados de filantropia -e assim
deixar de recolher impostos.
Eu avisei. Citado na investigação, Silvio Iung diz que
havia alertado a PF depois de
um e-mail suspeito ir "parar
em caixa postal diferente da
que deveria". "A ação não foi
surpresa, o que surpreendeu
foi citarem o meu nome."
Plantada. Condoleezza Rice esperou quase 15 minutos
para ser recebida por Lula,
que conversava com o ministro José Múcio e o senador
Romeu Tuma (PTB-SP)
quando a secretária de Estado
dos EUA chegou ontem ao
Planalto. Como a ante-sala
presidencial estava lotada, ela
ficou no mezzanino do palácio, à mercê dos fotógrafos.
Academia. Na inauguração
da Escola Municipal Gilda
Rocha de Mello e Souza, hoje
em Araraquara (SP), Lula
reencontrará intelectuais ligados ao PT. A homenagem à
ensaísta, que foi casada com
Antonio Candido e morreu
em 2005, deve reunir, entre
outros, a filósofa Marilena
Chauí e a cientista política
Maria Victória Benevides.
Vai que é tua. No encontro que teve ontem com Marta Suplicy, Lula lhe prometeu
"100% de apoio" na esperada
candidatura em São Paulo.
Força-tarefa. Os ministros
gaúchos Tarso Genro e Dilma
Rousseff têm agenda em Porto Alegre hoje, antevéspera da
escolha do candidato do PT à
prefeitura. Ele fará reunião
sobre o Pronasci. Ela apresentará balanço do PAC. Ambos
apóiam Miguel Rossetto, que
enfrentará a deputada Maria
do Rosário na prévia.
Renânia 1. Renan e Verônica Calheiros estampam a
capa da "Folha da Barra", revista do município alagoano
de Barra de São Miguel, onde
o senador tem casa. São 42 páginas com 132 fotos. Em "entrevista exclusiva", o peemedebista fala pela primeira vez
da crise que o derrubou da
presidência do Senado.
Renânia 2. A entrevista
tem dois alvos: o governo do
tucano Téo Vilela -embora o
"amigo" seja pessoalmente
poupado- e a ex-senadora
Heloisa Helena (PSOL), objeto de quatro perguntas. Renan chama a adversária de
"taturana mãe", acusa-a de ter
feito "coisas impublicáveis" e
de ser "uma pessoa do mal".
Espuma. A oposição ainda
aposta numa chuva de requerimentos que justifique a criação de uma sub-relatoria na
CPI dos Cartões Corporativos
para filtrar convocações e levantar dados sobre quebras
de sigilo e documentos solicitados. A nova lista tem 134 pedidos, a maioria relacionada a
sacadores do Executivo.
Visita à Folha. Paulo
Markun, diretor-presidente
da Fundação Padre Anchieta
(Rádio e TV Cultura), visitou
ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava
acompanhado de Júlio Moreno, coordenador do Núcleo de
Jornalismo, e Denise Pragana, gerente de Comunicação.
Tiroteio
"Quando ele tinha poder no PT, não via
problema nenhum em ficar numa sala
do Palácio do Planalto "carimbando"
a liberação de cargos e verbas."
Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre Silvio Pereira, que,
segundo seu advogado, não quer "passar o dia batendo carimbo" como serviço comunitário para cumprir o acordo com a Justiça Federal.
Contraponto
Só pensa naquilo
A comitiva que acompanhou Lula na terça-feira a Dianópolis (TO) incluiu Geddel Vieira Lima, pois estão sob o
guarda-chuva de sua pasta, a da Integração Nacional, as
obras que ali seriam inauguradas -uma barragem e parte
de um projeto de irrigação. Como de hábito nesses eventos, em dado momento os políticos se puseram a saudar:
-Viva o Tocantins! Viva o Tocantins!
Todos menos o ministro, que se confundiu e gritou:
-Viva a Bahia!
Rindo, Lula virou-se para Geddel, que trabalha para eleger um exército de prefeitos em seu Estado, e aconselhou:
-Esquece um pouco da Bahia... Pelo menos aqui!
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