São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Futuro de Cuba é tema delicado na reunião de hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Quer cite o tema ou não, o presidente Lula chegará hoje à Casa Branca como o mais cacifado líder latino-americano que pede aos EUA o fim do embargo que impõem a Cuba há quase 50 anos.
Publicamente ao menos, Lula deve ater-se ao papel de advogado. Seria contraproducente, diz uma fonte diplomática brasileira que tem familiaridade com o governo cubano, alardear um eventual papel de intermediador ou "interlocutor", como prefere o Itamaraty, no degelo das relações entre Havana e Washington.
O motivo vem da ilha: uma atitude como essa desagradaria o regime dos Castro. Interessa a Raúl, no poder formal do governo comunista desde fevereiro de 2008, negociar diretamente com Barack Obama, ser reconhecido como interlocutor.
Nas palavras do chanceler Celso Amorim, o tema cubano é "inevitável" na reunião entre Lula e Obama. O assessor da Presidência, Marco Aurelio Garcia, preferiu dizer que o embargo será discutido se "o assunto surgir".
O analista Jorge Piñon, que trabalhou no Instituto Brookings na preparação de um documento que urge Obama a mudar a política para Cuba, diz que a equipe do americano vê com bons olhos a aproximação entre Havana e Brasília.
Diz que, na visão dos obamistas, Lula é um interlocutor confiável e sem interesse de usar a ilha como plataforma antiamericana -caso da Venezuela e Rússia.
Se falar do tema, Lula antecipará o que Obama vai ouvir na Cúpula das Américas, em abril, em Trinidad Tobago: que um "gesto" pró-Cuba no encontro, ou antes, será um excelente relançamento da relação com a região.
(FLÁVIA MARREIRO)


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