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Futuro de Cuba é tema delicado na reunião de hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Quer cite o tema ou não, o
presidente Lula chegará hoje
à Casa Branca como o mais
cacifado líder latino-americano que pede aos EUA o fim
do embargo que impõem a
Cuba há quase 50 anos.
Publicamente ao menos,
Lula deve ater-se ao papel de
advogado. Seria contraproducente, diz uma fonte diplomática brasileira que tem
familiaridade com o governo
cubano, alardear um eventual papel de intermediador
ou "interlocutor", como prefere o Itamaraty, no degelo
das relações entre Havana e
Washington.
O motivo vem da ilha: uma
atitude como essa desagradaria o regime dos Castro.
Interessa a Raúl, no poder
formal do governo comunista desde fevereiro de 2008,
negociar diretamente com
Barack Obama, ser reconhecido como interlocutor.
Nas palavras do chanceler
Celso Amorim, o tema cubano é "inevitável" na reunião
entre Lula e Obama. O assessor da Presidência, Marco
Aurelio Garcia, preferiu dizer que o embargo será discutido se "o assunto surgir".
O analista Jorge Piñon,
que trabalhou no Instituto
Brookings na preparação de
um documento que urge
Obama a mudar a política para Cuba, diz que a equipe do
americano vê com bons
olhos a aproximação entre
Havana e Brasília.
Diz que, na visão dos obamistas, Lula é um interlocutor confiável e sem interesse
de usar a ilha como plataforma antiamericana -caso da
Venezuela e Rússia.
Se falar do tema, Lula antecipará o que Obama vai ouvir na Cúpula das Américas,
em abril, em Trinidad Tobago: que um "gesto" pró-Cuba
no encontro, ou antes, será
um excelente relançamento
da relação com a região.
(FLÁVIA MARREIRO)
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