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Para procurador, Lula e Dilma não anteciparam propaganda
Oposição ingressou com ação contra evento de prefeitos realizado pelo governo federal
Ministério Público acatou o argumento da defesa dos petistas, que afirmou que a reunião foi suprapartidária; TSE ainda não julgou o caso
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria Geral Eleitoral afirmou em parecer que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não realizaram
propaganda eleitoral antecipada no encontro de prefeitos organizado pelo governo federal
em 10 e 11 de fevereiro.
A manifestação da Procuradoria é resultado de uma representação protocolada no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
pelo PSDB e DEM.
Na ação judicial, Lula e Dilma
são acusados de usar o evento,
que reuniu cerca de 5.000 prefeitos em Brasília, para promover eleitoralmente a ministra,
pré-candidata do PT à Presidência da República.
O parecer, cujo conteúdo pode ser acolhido ou rejeitado pelo TSE, é do vice-procurador-geral eleitoral Francisco Xavier
Pinheiro Filho.
Segundo o texto, não há na
representação provas de que
houve "divulgação de ideias capazes de indicar futura candidatura, nem mensagem tendente a influir na opinião do
eleitor com o propósito de angariar voto. Não há nos discursos do presidente ou da ministra referência à eleição, candidatura ou pedido de voto".
Para o vice-procurador, os
elogios feitos por Lula a Dilma
no evento não configuraram
propaganda irregular.
O parecer também aponta
que o encontro foi suprapartidário e que contou inclusive
com a presença de representantes do PSDB e do DEM.
Pinheiro Filho reproduziu na
manifestação dois argumentos
da defesa de Lula e Dilma, que
está sendo conduzida pela Advocacia Geral da União.
O primeiro foi o de que no
evento "compareceu até mesmo o governador do Distrito
Federal, o senhor José Roberto
Arruda, filiado ao Democratas
(DEM), que acompanhou o
presidente da República na
abertura dos trabalhos e aproveitou a ocasião para também
fazer seu discurso".
A manifestação da Procuradoria, a exemplo da petição da
defesa, aponta que "não se pode
ter como meramente eleitoreiro um evento dessa natureza" e
que "o governador [de São Paulo] José Serra, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), também realizou,
em 18 de fevereiro de 2009, encontro com os prefeitos paulistas, sem sofrer os incômodos de
uma representação".
Procurado para se manifestar sobre o parecer, o PSDB
afirmou por meio de nota que
"mantém a posição expressada
na representação ao TSE".
A assessoria do DEM informou que o partido "reitera sua
posição de que os atos cometidos pelo presidente Lula e a ministra Dilma são contrários à
legislação eleitoral".
Agora o relator do processo
no TSE, o ministro Arnaldo
Versiani, pode adotar três caminhos: julgar sozinho a representação, levar o processo para
julgamento pelo plenário do
TSE ou abrir prazo para as partes se manifestarem sobre o parecer da Procuradoria.
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