São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Outro diretor do Senado cai após denúncia

João Carlos Zoghbi, ligado ao presidente da Casa, José Sarney, cedeu apartamento funcional para familiares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mais um diretor do Senado foi afastado ontem. João Carlos Zoghbi, da diretoria de Recursos Humanos da Casa, foi exonerado após a revelação de que ele cedeu um apartamento funcional para parentes que não trabalhavam no Congresso.
Segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense", ele mora numa casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, e não no apartamento funcional, cedido ao servidor desde 1999.
Há duas semanas, Agaciel Maia, então diretor-geral do Senado, também deixou o cargo após a Folha revelar que ele não registrou em cartório uma casa avaliada em R$ 5 milhões.
Assim como Agaciel, Zoghbi, que é ligado ao grupo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), estava no cargo há 15 anos e não é concursado, mas ganhou estabilidade com a Constituição de 88. Ele permanecerá como funcionário.
O Senado não informou se será aberto processo administrativo contra o servidor, mas a Folha apurou que o caso deve ser encerrado porque ele devolveu o apartamento. Agaciel tampouco sofrerá processo.
Ontem, mais cinco senadores formalizaram decisão de estornar o valor pago aos servidores de seus gabinetes de hora extra no período de janeiro. São eles: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Roseana Sarney (PMDB-MA), Serys Slhessarenko (PT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS) e Augusto Botelho (PT-RR).
Agora somam 11 os senadores -de um total de 81- que determinaram aos funcionários a devolução do benefício. Conforme a Folha revelou, o Senado pagou, no mínimo, R$ 6,2 milhões de hora extra para 3.883 servidores pelo período do recesso, em janeiro.
A ordem para o pagamento foi dada pelo senador Efraim Morais (DEM-PB), então primeiro-secretário da Mesa, que vem sendo poupado pelos colegas depois de dizer no plenário que todos os gabinetes pagaram a hora extra.
O senador Jarbas Vasconcelos cobrou ontem da tribuna que a Mesa Diretora revogue o ato tomado pelo primeiro-secretário, "em uma decisão uniforme que resulte na devolução dos pagamentos feitos indevidamente".


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