São Paulo, sábado, 14 de março de 1998

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PAINEL

Nivelando por baixo
Maluf (PPB) inicia hoje campanha de TV com três comerciais para dizer que está aberta a temporada de denúncias. Mostra acusações contra ele, FHC, Lula e Covas. Diz que todos os políticos sofrem ataques, mas que apenas alguns fazem obras.

Calcanhar-de-aquiles
Na medida em que tenta colocar todos os políticos no mesmo saco, Maluf procura minimizar o efeito da quantidade de denúncias que chovem contra ele neste momento. Resta saber se pode apagar o desastre da gestão de Celso Pitta em São Paulo.

Sinceridade federal
De um ministro, à saída da reunião ministerial, ontem, na Granja do Torto, feita para tratar de desemprego: "Foi um tédio. Coisa para a mídia".

Falta de assunto
De Serjão (Comunicações), ao deixar a reunião ministerial de ontem, comentando a silhueta: "Eu não estou elegante? Olhe só para mim. Estou ótimo, não podia estar melhor!".

Delírio tucano
Aécio Neves vai acionar Eduardo Suplicy no TSE. Alegação: estaria usando a estrutura e o tempo dos juízes em proveito próprio, ao acionar seguidas vezes FHC por uso eleitoral da máquina. "A oposição quer fazer campanha nos tribunais", diz.

Queda-de-braço
ACM (PFL) articula para que Pedro Parente, secretário-executivo da Fazenda, assuma o Planejamento na reforma ministerial. A bancada do PSDB soube e bombardeia a idéia.

Algo a esconder
Secretário da Segurança Pública, Santos Moreira proibiu a Human Rigths Watch de visitar as delegacias de polícia de Minas, que concentram 82% dos presos do Estado. A ONG já fez a mesma pesquisa, sem problemas, em outros sete Estados.

Operação degola
A destituição de Paes de Andrade será o principal tema da reunião de quarta dos governistas do PMDB com os presidentes de diretórios regionais. Não querem o deputado presidindo a convenção de junho que ainda tem de confirmar o apoio a FHC.

Revanche na selva
Para se reeleger, o governador Valdir Raupp (RO) tenta coligar o PMDB com o PTB. Isso tiraria da disputa pelo Senado o relator da CPI de PC, Amir Lando. O candidato seria Odacir Soares, da tropa de choque collorida.

Efeito reeleição
O governo Garibaldi Alves (PMDB-RN) dispensou licitação para compra de material de lavanderia para penitenciárias. Justificativa: inaugurar os presídios rapidamente na primeira quinzena deste mês.

Últimos capítulos
Serra esteve com Eduardo Jorge na quarta à noite. O secretário-geral da Presidência disse que FHC precisava dele na Saúde e não em outro ministério. O presidente e o senador devem bater o materlo em breve.

O jogo de Arraes 1
É avaliação corrente na esquerda que o PSB vai acabar fechando uma aliança formal com Lula. Mas que Miguel Arraes, o cacique mais importante do partido, não se empenhará na campanha do petista para continuar sendo bem tratado por FHC.

O jogo de Arraes 2
A oposição que sofre do PT estadual dá discurso ao governador pernambucano para não entrar de cabeça na campanha de Lula. Enquanto isso, atrai prefeitos de todos os partidos com o dinheiro federal que consegue graças à boa relação com FHC.

Somatizou a derrota
Paes de Andrade caiu de cama, segundo diz, vítima da "gripe Goiás, aquela que arrasta tudo pela frente". A referência é aos "camisas amarelas", militantes pagos de Goiás que arrepiaram na última convenção do PMDB.

Visita à Folha
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do assessor de imprensa Amauri Teixeira.

TIROTEIO

Da senadora Júnia Marise (PDT-MG), sobre a decisão da CEF (Caixa Econômica Federal) de mandar para os serviços de proteção ao crédito os nomes dos mutuários inadimplentes:
- Será que a Caixa tomou providências igualmente enérgicas para receber as parcelas de FGTS que muitas empresas atrasam ou sonegam em todo o país?

CONTRAPONTO

Não passou recibo
Governador do Mato Grosso do Sul, Wilson Barbosa vem trabalhando para fazer do secretário de Finanças do Estado, Ricardo Bacha (PSDB), seu candidato ao governo. Com 80 anos, Barbosa diz que não quer disputar a reeleição.
Há alguns dias, prefeitos do Estado inteiro, articulados por Barbosa, se reuniram para fazer um manifesto de apoio a Bacha.
Para não desmoralizar outro candidato tucano, o senador Lúdio Coelho, um político tradicional, duas vezes prefeito de Campo Grande, optaram por traçar um perfil do candidato ideal em vez de dar um nome.
O texto pedia renovação e se encaixava perfeitamente em Bacha.
Os prefeitos levaram o documento ao senador, que os deixou desarmados com sua reação:
- É um colosso. Concordo. Precisamos de renovação.
Na saída, um prefeito contou o ocorrido a um amigo, que lhe perguntou:
- O que você acha dele?
- É um estadista.



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