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SUCESSÃO
Lula também sobe; vitória no 1º turno não está garantida
Sem o PMDB, FHC
ganha seis pontos
CLÓVIS ROSSI
do Conselho Editorial
O jogo pesado
que o governo
Fernando Henrique Cardoso
empregou para
ganhar a convenção do
PMDB produziu resultados concretos: exatamente seis pontos
percentuais a mais, nas intenções
de voto em favor do presidente, na
comparação com uma disputa em
que o PMDB estivesse presente.
É o que mostra pesquisa feita
com 2.980 eleitores de todo o país
pelo Datafolha, nos dias 10 e 11
passados. No domingo anterior,
dia 8, o PMDB decidiu não apresentar candidato próprio à Presidência. A decisão não tem valor
jurídico, apenas político.
Quando os pesquisadores mostram aos eleitores um cartão que
inclui o nome de Itamar Franco
como candidato do PMDB, FHC
fica com 35%. Mas, quando se retira o nome de Itamar (ou de qualquer outro peemedebista), o presidente sobe para 41%.
O virtual candidato do PT, Luiz
Inácio Lula da Silva, também se
beneficia, embora menos, da ausência de um peemedebista. Sobe
para 25%, contra 22%, se Itamar
estivesse concorrendo.
Cresce igualmente a intenção de
voto em Ciro Gomes (PPS) e em
Enéas (Prona).
Tudo somado, a nova pesquisa
mostra que FHC não se elegeria no
primeiro turno, embora esteja,
agora, bem mais próximo disso.
Na pesquisa de dezembro, o presidente tinha 35% contra 49% de
todos os demais candidatos somados, em levantamento que incluiu
o nome de Paulo Maluf (PPB).
Agora, com Itamar, os números
são rigorosamente os mesmos.
Mas, quando se exclui o PMDB,
há um empate estatístico entre o
percentual do presidente (41%) e a
soma dos demais (42%). Só se elege no primeiro turno quem tiver
pelo menos um voto a mais do que
a soma dos concorrentes.
De todo modo, se houver segundo turno, mostra a pesquisa, FHC
se elegerá comodamente, qualquer que seja o adversário. Ganha
de Lula por 17 pontos percentuais,
de Ciro por 56% a 26% e, de Itamar, por 20 pontos.
A pesquisa deixa claro, portanto, que, se o PMDB mudar de posição em junho (data de sua convenção com força legal), muito provavelmente jogará a definição para o
segundo turno.
Mantida a decisão de não concorrer com nome próprio, a diferença entre os candidatos restantes se altera pouco, mas o suficiente para aproximar o presidente de
uma vitória já no turno inicial.
De fato, sem um candidato peemedebista, todos os demais quatro concorrentes potenciais recebem acréscimos parecidos nas
suas intenções de votos.
FHC ganha seis pontos; Lula e
Ciro, três cada um; e Enéas, dois.
Pela pesquisa, é indiferente se o
PMDB preferir Itamar Franco ou
José Sarney. Os dois ex-presidentes têm idêntico percentual de intenções de voto, considerada a
margem de erro (15% para Itamar
e 14% para Sarney).
A soma das intenções de votos
nos candidatos, em branco/nulo/nenhum e não sabe dá 102% por
uma questão ajuste técnico.
A pesquisa Datafolha mostra
que a avaliação do governo não
mudou nada desde dezembro.
O governo FHC era "ótimo/bom" para 37% dos pesquisados em dezembro. Agora, são 38%
os que assim o qualificam.
Os pesquisados que preferem o
rótulo de "regular" diminuíram de
40% para 39%, desde dezembro.
Da mesma forma, subiu apenas
um ponto a qualificação
"ruim/péssimo", que passou de
20% em dezembro para 21%.
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